
Pr. Cleverson de Abreu Faria
INTRODUÇÃO
A Bíblia é clara concernente ao juízo divino. Ela declara
que Deus tem estabelecido vários julgamentos, sendo cada qual destinado a sua
própria época e finalidade. Encontramos nas páginas tanto do Antigo Testamento
como do Novo Testamento de que um dia de julgamento está destinado ou designado
para o mundo.
O próprio homem tem em sua consciência de que este dia de
julgamento ainda está por vir (Rm 2.15,16). Cada ser humano pode viver sua vida
da maneira que bem lhe parecer, porém a Bíblia exorta de que um dia prestaremos
contas desse modo de viver a vida (Ec 11.9; Hb 12.14).
Os princípios básicos pelo qual o
julgamento de Deus será efetuado serão de acordo: 1) com a verdade (Rm 2.2);
isto é, um padrão de conduta objetivo; 2) com as obras (Rm 2.16); 3) com a luz
recebida (Rm 2.11-15); e 4) com o Evangelho, através do qual os pensamentos
secretos e as motivações dos homens serão julgados (Rm 2.16). (Bíblia com
Anotações de Scofield, p.1144).
Não existe a tal idéia de um
grande julgamento no final dos tempos em que todos irão comparecer diante de
Deus. Essa idéia é falsa e absurda. Todos os principais julgamentos na Bíblia
diferem entre si principalmente nos seguintes aspectos: tempo, lugar, pessoas e
resultado. Analisaremos cada qual mais adiante.
Logo no
primeiro Livro da Bíblia já ouvimos do julgamento.
o Abraão
já reconhecia tal fato: “Longe
de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse
igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25).
o Ana: “Os que contendem com o
SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O SENHOR julga as extremidades
da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido” (1Sm 2.10).
o Davi: “Regozijem-se as árvores
do bosque na presença do SENHOR, porque vem a julgar a terra” (1Cr 16.33;
compare também Sl 96.13; 98.9; 9.7,8). Note que tanto na idéia de julgamento
está envolvido o castigo como a recompensa.
o Profeta Isaías: “Ele julgará
entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em
relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada
contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (2.4).
o Profeta Joel: “Levantem-se as
nações e sigam para o vale de Josafá; porque ali me assentarei para julgar
todas as nações em redor” (3.12).
Encontramos
nas páginas do Novo Testamento de forma ainda mais clara:
o Jesus
Cristo: “Porque o Filho
do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então,
retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt 16.27).
o Paulo: “Ora, não levou Deus em conta os
tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda
parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo
com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos,
ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.30,31).
o Em sua defesa diante de Félix
falou do juízo que viria (At 24.25).
o Aos
Romanos: “no dia em que
Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade
com o meu evangelho” (2.16).
o Aos Coríntios: “Porque importa
que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co
5.10).
o Aos Tessalonicenses: “e a vós
outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se
manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando
vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao
evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna
destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2Ts
1.7-9).
o O
escritor de Hebreus diz: “E,
assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o
juízo” (9.27).
A Bíblia
declara que Deus é o Juiz de todos (Hb 12.23), no entanto, todo e qualquer julgamento
foi entregue a Cristo, portanto, Jesus Cristo desempenhará essa tarefa (Jo
5.22,23,27; 2Tm 4.1; 2Co 5.10; Rm 14.10; At 10.42; 17.31).
Alguém disse:
“O Homem da Cruz é o Homem do Trono”. Isto Lhe foi concedido mediante a Sua
humilhação (Fp 2.9-11), bem como porque é o Único qualificado para esta tarefa.
Como homem Ele nos conhece, Ele nos compreende, Ele nos entende; como Deus Ele
é divino e onisciente, portanto competente para julgar pois é igual a Deus,
possui todo o discernimento para poder julgar justamente, bem como toda e
qualquer autoridade. Agora, como Juiz de toda a terá Ele “fará justiça”
(Gn 18.25).
Quem Ele
julgará? Vejamos:
o Os
vivos e os mortos (At 10.42; 2Tm 4.11).
o As
obras dos crentes no Tribunal de Cristo (2Co 5.10; Rm 14.10; 1Co 3.11-15).
o A
nação de Israel (Ez 20.37,38; Zc 13.8,9; Sl 50.16-22).
o As
nações gentias (Mt 25.31-46; Is 34.1,2; Jl 3.11-16).
o Babilônia
(Ap 17 e 18).
o O
Anticristo, o Falso Profeta e seus exércitos (Ap 19.19-21).
o
Satanás (Ap 20.1-3; Gn 3.15).
o As
nações na terra no tempo do milênio (Is 2.4; 9.7; Ez 37.24,25; Dn 7.13,14).
o Os
anjos caídos (Jd 6; 2Pe 2.4).
o Os
incrédulos, no Grande Trono Branco (Ap 20.11-15).
Na Palavra de
Deus encontramos uma série de julgamentos. Vamos classificá-los em passado,
presente, e futuro. Cada qual tem a sua importância. Cada qual tem o seu tempo.
Cada qual tem o seu lugar. Cada qual tem o seu significado. Cada qual tem suas
personagens. Cada qual tem o seu destino.
o Julgamento no Passado:

Este
julgamento se deu por meio de Deus Pai através de Seu Filho Jesus
Cristo.
Nossos pecados foram todos colocados na Pessoa de
Jesus Cristo na Cruz do Calvário e por isso quem nEle crê escapará do juízo
eterno (Jo 5.24; Rm 8.1).
A ênfase aqui
recai sobre a mudança de nosso relacionamento com Deus, pois a morte de
Cristo nos trouxe a justificação com Deus (Rm 5.1). Antes de aceitarmos a
Cristo éramos inimigos de Deus (Rm 5.10), fomos agora reconciliados por Sua
Cruz (2Co 5.18), portanto, nossos pecados já não são mais imputados contra nós
(Rm 5.19). O crente ficou livre da culpa e do castigo do pecado, pois Cristo
aceitou essa culpa e este castigo por ele.
Aqui o poder
de Satanás também foi julgado e todo o seu poder sobre o crente foi desfeito
(Gn 3.15).
Para melhor
compreensão veja as referências bíblicas: Jo 1.29; At 20.28; Rm 3.23-26; 5.9;
1Co 15.3; 2Co 5.15,21; Gl 1.4; Tt 2.14.
o Julgamentos no Presente:

Aqui se trata
do julgamento contemporâneo dos pecados dos crentes. Diariamente devemos pedir
perdão por nossos pecados a Deus Pai.
A ênfase aqui
recai sobre a comunhão. Pecados não confessados cortam a nossa comunhão
com o Senhor Jesus Cristo (1Jo 1.9; 1Co 11.29-32; Hb 12.5,6; 1Pe 4.14).
Além do auto-exame
na vida do crente, somos advertidos a fazer o julgamento na Igreja (1Co 5.5,13;
1Tm 1.20).
Os filhos que
são desobedientes são disciplinados pelo Senhor (2Sm 7.14,15; 12.13,14; Hb
12.8-10).
O pecado deve
ser continuamente julgado e confessado na vida do crente perante Deus (1Jo
1.5-9). Deve-se salientar que este auto-exame evita o castigo de Deus em nossas
vidas.
o Julgamentos no Futuro:

Este
julgamento dar-se-á logo após acontecer a ressurreição dos santos da Igreja e o
arrebatamento da Igreja de Jesus Cristo, portanto, acontecerá no céu, nos ares.
Também é
chamado de Tribunal de Cristo (2Co 5.10; Rm 14.10-12; 1Co 9.24-27; Ef 6.8). O
juiz é o Senhor Jesus Cristo.
Não se trata
de julgamento de salvação ou perda da salvação. A ênfase aqui recai sobre a
nossa fidelidade à Cristo nesta terra.
Todos os
crentes deverão prestar contas mediante o modo como usaram os talentos que lhe foram dados, as minas, e as
oportunidades (Mt 25.14-30; Lc 19.11-17; Mt 20.1-16).
Nesta ocasião,
o propósito é o julgamento das obras dos crentes e não os seus pecados, pois
estes já foram expiados e nunca mais hão de ser lembrados (Hb 10.17).
Também
dar-se-á o recebimento ou não de recompensas, o que chamamos de galardões, por
causa dessas obras que foram feitas. Caso fizermos obras indignas, ou seja,
para nós mesmos, para nossa glória, não receberemos galardões. Estes galardões
serão dados apenas àqueles que fizeram obras que glorificaram ao Nome do Senhor
Jesus Cristo. Fica claro então que o crente será julgado por causa de suas
obras, receberá ou não galardões, todavia este ainda será salvo mesmo tendo
suas obras desaprovadas pelo Grande Juiz (1Co 3.11-15).
Cada um será
julgado como que pelo fogo: madeira, feno e palha serão consumidas; ao passo que
ouro, prata e pedras preciosas serão galardoadas; no entanto, todos serão
salvos.
Este
julgamento, portanto, não se refere ao destino, mas a um ajuste de contas, para
recompensa ou perda da recompensa de acordo com as nossas obras, sendo que isto
determinará nossa posição no Milênio.

O juiz? É
claro que será o Messias, o Senhor Jesus Cristo.
O grande
objetivo deste julgamento é determinar quem dentre os israelitas entrarão no
reino milenar do Messias (Sl 50.1-7; Ez 20.33-44; Ml 3.2-5; 4.1,2). Paulo
atesta isso ao dizer que: “nem todos os de Israel são, de fato, israelitas”
(Rm 9.6).
Primeiro
ocorrerá o ajuntamento de Israel (Mt 24.31). Dar-se-á, portanto, na Segunda
Vinda do Messias a esta terra e após ter ocorrido o ajuntamento de Israel como
uma nação. (Mt 25.1-30; Ez 20.34-38).
O local de tal
julgamento naturalmente será na terra após o retorno do Messias (Zc 14.4).
Aparentemente tal julgamento se dará nas fronteiras da terra de Israel, para
assim, impedir que alguns não entrem nela, da mesma forma como o foi quando
estiveram em Cades-Barnéia e aos rebeldes não foram permitidos entrar (Ez
20.34-38).
Todos os
israelitas vivos serão então reunidos e após isso deverão ser julgados.
Naturalmente o Israel ressuscitado por ocasião da segunda vinda de Cristo
também deverá ser julgado para recompensas, no entanto, tal exame não acontece
juntamente com este julgamento dos israelitas vivos.
A base para
tal o julgamento dos israelitas vivos está em Mt 25.1-30, onde os salvos serão
separados dos incrédulos de Israel, para isso, a obra de cada indivíduo será
trazido a juízo (Ez 20.37,38; Ml 3.2-5).
O resultado
desse julgamento é que todos os incrédulos serão tirados da terra, sendo
destruídos e, portanto, não entrarão no reino (Mt 25.30; Ez 20,37) e ainda
outro resultado, os salvos herdarão a bênção do reino milenar (Rm 11.26,27).
Torna-se claro
então que na Segunda Vinda de Cristo Ele separará os salvos dos incrédulos,
sendo que todos os incrédulos serão lançados fora e os sobreviventes da nação
de Israel serão salvos e conduzidos para o milênio, onde se dará o cumprimento
das alianças de Deus com esta nação. Estes irão constituir o Israel da era
vindoura.

Novamente o Juiz
será o Senhor Jesus Cristo. Este julgamento se dará após a Segunda Vinda
de Cristo a terra e ocorre logo em seguida ao ajuntamento e julgamento de
Israel (Mt 25.31-46; Jl 3.1,2).
Este julgamento precederá
o Milênio, pois aqueles que forem aceitos nesse julgamento serão conduzidos
para desfrutar as bem-aventuranças do reino milenar de Cristo nesta terra (Mt
25.34).
Pelo que
podemos deduzir dos textos bíblicos, as nações que são mencionadas aqui para
este futuro julgamento são as nações que estarão vivas aqui nesta terra. Não é
mencionada nenhuma ressurreição no tocante a estas nações. Não é mencionado que
nenhuma nação desceu do céu para este julgamento. Nenhum livro é aberto para
consulta. Logo, são as nações aqui da terra que serão reunidas por Jesus Cristo
para este julgamento. Portanto, torna-se enfático dizer que este acontecimento
se dará nesta terra e não em algum lugar da eternidade, ou mesmo depois do
milênio.
Os julgamentos
nacionais sempre foram derramados somente a nações vivas e existentes e nunca o
foram derramados sobre os mortos, por não apresentarem nenhuma organização que
seja ligada a idéia de nação ou estado.
Três grupos
são mencionados neste julgamento: 1) as ovelhas, que são os gentios salvos; 2)
os cabritos, que são os gentios não salvos; e 3) os “irmãos”, que são o povo de
Israel.
Estas nações
não são a Igreja, porque ela fora transladada muito antes e já fora julgada nos
ares. Não é Israel porque Israel nunca pertenceu às nações. As nações são
aquelas que tiverem relações com Israel durante o período da Tribulação.
O local
será o “Vale de Josafá” (Jl 3.2). Porém é um local de difícil localização.
Alguns identificam este lugar como sendo “Vale de Bênção”, onde o rei Josafá
derrotou os moabitas, os amonitas e meunitas, sendo que esta vitória deu o novo
nome a este lugar (2Cr 20.20-28). No entanto, seu nome e sua distância, jogam
em posição contrária para tal aceitação. Não há evidências de que houve um vale
nas proximidades de Jerusalém que tenha levado o nome do rei Josafá nos tempos
antigos. Já foi dito também que este poderia ser o “Vale do Cedrom”, localizado
nos arredores de Jerusalém. Porém o que se sabe é que talvez tenham dado este
nome a um dos lugares que possui uma ravina bem profunda, a qual separa a
cidade santa do Monte das Oliveiras, por causa desta profecia, pois quando o
profeta Joel anunciou sua profecia não há evidência de que assim o fosse
chamado. A melhor resposta quanto ao local exato de tal acontecimento poderemos
encontrar em Zc 14.4 quando é mencionado que a Vinda do Senhor Jesus Cristo se
dará no Monte das Oliveiras, e então um grande vale será ali aberto nesta
ocasião. Sua extensão se dará de Jerusalém até a cidade de Jericó. Com isso
entendemos que na ocasião da Segunda Vinda de Cristo um grande e imenso vale
que ainda não existe será formado. O nome Josafá significa “Jeová julga” e
parece ser razoável que este vale recém-aberto receba este nome por causa do
grande acontecimento do julgamento de tais nações gentias vivas.
Os julgados
serão apenas as nações vivas, os mortos não são de forma alguma mencionados
neste acontecimento. Não confundir com o julgamento descrito em Ap 20.11-15
onde é mencionado os mortos, pois este julgamento se dará depois do Milênio e o
julgamento que ora estamos mencionando acontece antes do Milênio.
Deve-se ter em
mente aqui que as nações enviam seus exércitos para uma batalha contra Cristo,
mas estes são diferentes delas. E após Jesus Cristo ter cuidado destes
exércitos na Batalha de Armagedom, Ele reúne as nações para este julgamento.
Como podemos
afirmar que será um julgamento referente aos gentios vivos na Segunda Vinda de
Cristo a esta terra? Respondemos a esta questão da seguinte maneira: na
tradução da palavra nação (grego ethnos) encontramos a resposta de tal
pergunta. Vejamos: esta palavra é traduzida por “povo” por duas vezes; por
“pagãos” em cinco ocasiões; por “nação” em sessenta e quatro vezes e por
“gentios” em noventa e três vezes de acordo com a Concordância de Strong.
Demonstrando assim uma clara evidência de que são nações gentias.
Qual é a base
para tal julgamento? O tratamento que eles deram a um grupo chamado de “meus
irmãos” (Mt 25.40,45). Que grupo é esse? É claro que se trata dos judeus (Jl
3.2). A nação judaica está no centro deste julgamento. Portanto o julgamento se
dará mediante o tratamento das nações para com Israel. Não é julgamento das
obras destas nações para com Israel, pois nas Escrituras as obras nunca salvam
a ninguém e a salvação nunca foi mencionada ser por meio de obras, muito pelo
contrário, elas nunca salvam e nunca salvarão a ninguém (Ef 2.8,9, Tt 3.5). o
julgamento é feito sim mediante a aceitação de uma única obra, a do Senhor
Jesus Cristo na cruz do Calvário por nós (Jo 6.28,29). Não é um julgamento
baseado nas obras também pelo fato de que eles deveriam ser considerados justos
por causa daquilo que fizeram, pois é dito que eles alimentaram, deram de
beber, vestiram e visitaram os “irmãos”. Mas isso é totalmente contra ao ensino
das Escrituras.
Os judeus por
meio dos 144 mil irão anunciar o Evangelho do Reino ao mundo no tempo da
Tribulação. Este Evangelho é a pregação da morte de Cristo e do Sangue de
Cristo como o Único meio de salvação. Era este o Evangelho que esses “irmãos”
estavam anunciando. Portanto, a evidência é que os gentios que serão julgados
nesta ocasião serão aceitos ou rejeitados mediante a resposta que deram a esta
pregação do Evangelho do Reino feita pelos “irmãos”. Nota-se, portanto, que
aqueles gentios que aceitaram a pregação do Evangelho evidentemente aceitaram
ao mensageiro, e aqueles que rejeitaram a pregação do Evangelho do Reino,
rejeitaram o seu mensageiro. E aqui entra que aqueles que aceitarem tal
Evangelho, demonstrarão a sua fé por meio das obras de compaixão e auxílio aos
“irmãos”. Eles ao demonstrarem a sua fé, darão de comer aos mensageiros, visitarão
a eles nas prisões, irão vesti-los e demonstrarão amor por eles. Portanto,
essas nações gentias crerão nos mensageiros e os tratarão com gentileza e amor.
E por causa de sua fé serão salvos.não por causa de suas obras. Mas é claro que
o julgamento será mediante as obras dos gentios para se saber se aceitaram ou
não o Evangelho pregado pelos 144 mil no tempo da tribulação. Para entender
bem: na grande Tribulação por causa do anti-semitismo e devido às tentativas de
matar a todos aqueles que são judeus, toda e qualquer pessoa que se opuser a
isso, fazer amizade com um judeu e for visitar a um judeu na prisão ou num
hospital estará declarando com todas as letras a sua fé na Bíblia e
reconhecendo que os judeus são o povo escolhido por Deus. Sem uma fé em Cristo,
nenhuma pessoa em sã consciência ousaria se tornar um amigo dos judeus.
Tal julgamento
se dará a nível nacional ou individual? Respondemos a esta pergunta assim: será
individual. Apesar das nações serem julgadas mediante a aceitação ou não do Evangelho
do Reino pregado, a resposta a esta pregação deve ser individual. Ora, nações
não podem dar uma resposta, indivíduos sim. Nações são compostas por pessoas
salvas e não salvas e no milênio não entrará nenhum incrédulo (Jo 3.3; Mt 18.3;
Jr 31.33,34; Ez 20.37,38; Zc 13.9; Mt 25.30,46). Portanto, será haver um
julgamento individual para se saber quem entrará ou não no Reino Milenar de
Jesus Cristo. Nações não podem crer, se fosse um julgamento nacional, as
Escrituras estariam abrindo uma outra maneira de salvação, e esta através de
obras e já notamos que não encontramos em nenhuma parte das Escrituras que
qualquer indivíduo receba salvação mediante suas obras, o julgamento deve ser
individual. Nenhum outro julgamento no processo divino fora nacional, portanto,
este também não deve ser.
O termo nações
também é aplicado para indivíduos em várias passagens bíblicas (Mt 6.31,32;
12.21; 20.19; 28.19; At 11.18; 15.3; 26.20) e, portanto, pode ser aplicado para
indivíduos em Mateus 25.31 da mesma forma.
O resultado
deste julgamento é que aqueles que forem colocados à direita do Rei é feito o
convite de entrar e desfrutar da bem-aventurança no Reino Milenar (Mt 25.34).
Os que estiverem à esquerda do Rei, o juízo será pronunciado a eles (Mt 25.41).
Portanto, teremos dois grupos aqui: o primeiro será levado ao reino para se
tornarem súditos do Rei e o segundo grupo será lançado no inferno. As ovelhas
vão para o reino enquanto que os cabritos irão para o castigo eterno.
A presença de
gentios vivos no reino está de acordo com as profecias bíblicas que declaram um
grande número de gentios sendo colocados sob o governo do Rei, muito embora o
reino seja um reino para Israel.

Temos aqui um
acontecimento sem igual, onde a Babilônia Religiosa, o sistema político
religioso e comercial do mundo no tempo da tribulação atinge seu apogeu, seu
declínio e sua destruição total. Trata-se aqui de um sistema eclesiástico
federado (Ap 17.1 – 19.5). A ocasião da destruição deste sistema que se
levantará sobre a terra se dará, provavelmente no tempo da primeira parte da
tribulação, ou seja, antes do término dos primeiros três anos e meio.
No fim dos
tempos, a Babilônia terá duas formas: A Babilônia política, representada pelo
império confederado da besta, o último dos grandes impérios mundiais gentio; a
Babilônia Eclesiástica, representada pelo cristianismo apóstata, ou seja, toda
a igreja apóstata, na qual o papado será proeminente, e que ainda deve incluir
aqui a todas as religiões do mundo, o ecumenismo satânico.
No começo da
Grande Tribulação, os sete anos antes da volta de Jesus Cristo a esta terra, a
mulher monta a besta, demonstrando assim que o sistema eclesiástico dominará
por algum tempo, na verdade três anos e meio, o sistema político. Na metade dos
sete anos, portanto, os dez chifres, que são os dez reis, se levantarão e
odiarão a mulher, despojando-a e destruindo completamente.
Talvez, a
melhor interpretação que podemos colocar aqui é que o capítulo 17 de Apocalipse
trata da destruição da Babilônia Eclesiástica, um sistema religioso que
dominará a terra nesse tempo da tribulação e o capítulo 18 trata da destruição
da Babilônia Comercial, que aqui pode ser tanto uma metrópole ou uma cidade,
bem como um império.
Por Babilônia
Eclesiástica os grandes teólogos não querem dizer que se trata da Igreja
Verdadeira, refere-se no sentido da perspectiva religiosa, visto que as grandes
características dos cultos religiosos babilônicos foram transplantadas para o
catolicismo, bem como toda as suas pomposas cerimônias e rituais.
Trata-se aqui
da igreja apóstata, aqueles que nunca proferiram uma verdadeira confissão de
fé, ou seja, nunca aceitaram a Cristo como seu Senhor e Salvador pessoa, ou
seja, uma profissão de fé falsa, pois nunca nasceram de novo. Um grande exemplo
dessa verdade encontramos nas palavras do próprio Jesus Cristo (Mt 7.21-23),
onde nos diz que “muitos” naquele dia hão de dizer que tinham fé, mas Cristo
mesmo lhes dirá que “nunca os conheceu”.
Está se
referindo aqui a grande apostasia dos últimos tempo, chamado de fornicação,
adultério, prostituição, ou mais exato, de “adultério espiritual” – idolatria,
neste trecho.
Note aqui algo
interessante: o sistema religiosa está sendo liderado por mulheres, da mesma
forma como o foi nos tempos de Ninrode, quando a sua própria esposa, Semíramis,
liderou uma rebelião, onde as mulheres participavam do culto imoral a Tamuz (Ez
8.14-15). Sendo que no tempo do cativeiro de Israel, esta religião entrou nos
corações do povo de Deus e este se contaminou e participou das mesmas
abominações que os pagãos realizavam.
Babilônia tem
caráter de rebeldia contra Deus, desde o seu surgimento foi assim, em Gn 11
tentaram construir uma torre em adoração às divindades pagãs encabeçadas pela
Babilônia. Deus, então confunde a linguagem usada pelos homens, para que não
mais pudesse se entender, surgindo o termo “babel”, que significa “confusão”,
se aplicando a toda história subseqüente da babilônia até Ap 18. Babilônia se
tornou grande com seu império por meio de Nabucodonosor. A forma básica de sua
religião era os ritos secretos, onde certos ídolos eram adorados, por isso
deve-se conhecer os seus deuses para poder compreender melhor suas crenças.
Assim, a Bíblia retrata a Babilônia como “mistério”. De acordo com as crenças
de seus adeptos, Semíramis concebeu de maneira milagrosa, dando à luz um filho,
cujo nome foi Tamuz, sendo que este foi considerado o salvador que cumpriria a
promessa de libertação que fora feita a Eva. Resultando com isso uma grande e
próspera abominação que contagiou a muitas nações. Uma descrição puramente
satânica que enganou a muitos. Ela é considerada a fundadora dos mistérios
babilônicos e a primeira sumo sacerdotisa da idolatria. Por isso, a Babilônia
se tornou a fonte da idolatria e a mãe de todo sistema pagão que existe no
mundo. Todos os seus rituais de adoração eram secretos. E apenas os iniciados
eram permitidos ter conhecimento desses mistérios. Começou aqui um verdadeiro
esforço por parte de Satanás para enganar o homem com uma imitação tão semelhante
à verdade bíblica para que os homens não pudessem conhecer a verdadeira Semente
da mulher quando Ele viesse no cumprimento dos tempos. Essa religião de
mistério se espalhou pelo mundo, e a imagem da mãe e do filho fora difundida
por toda parte, apenas mudando os seus nomes, por exemplo: Ísis e Hórus
(Egito); Afrodite e Eros (Grécia); Vênus e Cúpido (Itália), etc. Quando da
queda da Babilônia como império e cidade, o culto babilônico transferiu-se para
Pérgamo, a cidade onde uma das sete igrejas da Ásia era localizada, onde o deus
Dagom, o deus-peixe, também conhecido como “guardião da ponte” (elo entre o
homem e Satanás), era a adoração principal. Veja de onde surgiu a tendência da
adoração de uma mulher e seu filho, do paganismo. É aqui que a Igreja Católica
Apostólica Romana tirou a idéia para adorar e glorificar a Maria, a mãe de
Jesus. A Bíblia condena claramente esta prática feita e fora veemente
denunciada pelos profetas (Ez 8.14-15; Jr 7.18; 44.17-19.25).
Quem serão os
participantes deste sistema? Aqui encontramos o tão popular ecumenismo que está
sendo infiltrado calmamente no meio cristão e aceito por líderes inescrupulosos
e de pouco conhecimento bíblico. Será uma religião mundial, sendo que cristã
será apenas o nome, pois em essência, será puramente pagã. O catolicismo romano
liderará, junto com ele estarão alguns carismáticos, ocultismo, nova era, os
quais liderarão durante a primeira parte da tribulação. Sendo que esta igreja
apóstata perseguirá implacavelmente a todos aqueles que demonstrarem ter fé
genuína em Cristo. Serão perseguidos e mortos por ela (Ap 17.6). Portanto, quem
aceitar a Cristo no tempo da tribulação enfrentará o duplo problema de
enfrentar o martírio por meio dos líderes políticos (encabeçado pelo
anticristo) e pela igreja apóstata.
Entendemos que
o sistema religioso por metade do tempo dominará o sistema político, recebendo
deste apoio devido para subjugação do mundo todo à sua autoridade. Por isso é
descrito que esta mulher está assentada sobre uma besta escarlate, com sete
cabeças e dez chifres. Por que acontece uma aliança entre o sistema religioso e
o sistema político? Lembre-se de que ambos pretendem a mesma coisa: o domínio
mundial. Estabelecido este domínio, o poder político percebe que não necessita
mais do religioso.
Quem é a
pessoa descrita como “que era e não é, mas aparecerá” de 17.8? Muitas são as
teorias. Dizem ser Judas Iscariotes, usando como base 2Ts 2.3 com Jo 17.2, o
“filho da perdição”. Outros dizem ser alguns dos imperadores romanos, como Nero
ou alguma figura do século 20 como Mussolini, Hitler ou Stalin. Outros dizem
ser algum desconhecido que fora ressuscitado, mas sem nomeá-lo. Talvez a melhor
posição seja identificar esta personagem como a revivificação do Império Romano
ou considerar que a ferida mortal contra a besta aconteça para mostrar os
poderes de Satanás, que fará com que ele seja milagrosamente curado. Agora, ele
não morrerá, porque teremos problemas com isso. Quem o ressuscitaria? Apenas
Jesus Cristo pode ressuscitar os mortos (Jo 5.28-29; 2Co 1.9).
Tanto a besta
como a mulher, poder religioso e político tem por objetivo a oposição total a
Deus, bem como àqueles que colocarem a sua confiança no Senhor Jesus Cristo.
No final dos
primeiros três anos e meio da tribulação, a Babilônia política destruirá a
eclesiástica (Ap 17.15-18). O objetivo disso é que somente a besta seja objeto de culto neste mundo, o
qual exigirá ser adorado como sendo o próprio Deus (2Ts 2.3-4; Ap 13.4,15).
Temos uma boa
lição aqui: Deus pode e usa incrédulos para executar a Sua vontade quando bem
Lhe apraz. A Babilônia eclesiástica será destruída por uma confederação de 10
nações.
Apocalipse 18,
no entanto, terá seu cumprimento apenas no retorno pré Milenar de Cristo.
portanto, não segue de imediato à destruição que acontece no capítulo 17, está
separada uma destruição da outra por um período de três anos e meio, apesar de
18.1 dar a entender que isso acontece imediatamente após a destruição da
Babilônia eclesiástica, o contexto da passagem não deixa isso claro. Podemos
explicar isso da seguinte forma: embora o apóstolo João tenha escrito o Livro
de Apocalipse na ordem em que recebeu as revelações, a ordem dos eventos que
são descritos não é necessariamente cronológica. Apocalipse 17 e 18, são,
portanto, dois eventos distintos, separados por um período de três anos e meio.
A crença
popular é que Babilônia será literalmente reconstruída (afirmando que Is
13.5-6,10,19-22; 14.1-6,22,25-26 precisam de um cumprimento futuro) e com isso,
se tornará no grande centro comercial mundial. Muito embora muitos sejam contra
essa teoria, afirmando que Is 13.19-22; Jr 51.24-26,62-64 parece impossibilitar
tal afirmação., dizendo que o nome é usado simbolicamente, sendo uma referência
a Roma. No entanto, a prosperidade de Babilônia será breve, sendo destruída num
único dia pelo Senhor (18.17-19).

A besta
relatada em Apocalipse é o indivíduo que será surgirá como cabeça dos poderes
gentílicos na federação de dez reinos. É o anticristo. Aquele que exigirá ser
adorado como Deus. Receberá todo o poder de Satanás para agir e governar o
mundo durante o tempo da tribulação. A sua pessoa e o seu trabalho são
apresentados em Ez 28.1-10; Dn 7.7-8,20-26; 8.23-25; 9.26-27; 11.36-45; 2Ts
2.3-10; Ap 13.1-10; 17.8-14.
Provavelmente
o anticristo será um gentio, pois ele surge do mar (Ap 13.1) sendo que o
mar retrata as nações gentias (Ap 17.15). Ele surge do Império Romano, pois é
mencionado ser um governador do povo que destruiu a Jerusalém (Dn 9.27). É um
líder político, sendo que as sete cabeças e os dez chifres estão confederados
sob a sua própria autoridade (Ap 13.1; 17.12). Tem influência e domínio
mundial, conseguido através de alianças com outras nações (Dn 8.24; Ap 17.12) e
antes de chegar ao poder elimina a três reis (Dn 7.8,24). Seu surgimento se
dará por meio de um plano de paz e pessoalmente será dotado de inteligência e
persuasão, bem como sutileza e astúcia, sendo que logo as nações lhe darão todo
o poder e autoridade (Dn 8.23,25; 7.8,20; Ez 28.6; Ap 17.13). Ele será
energizado por Satanás, recebendo toda a autoridade dele e sendo controlado
pelo próprio Satanás (Ez 28.9-12; Ap 13.4; Ez 28.2; Dn 8.25). Fará uma aliança
de sete anos com Israel e a quebrará na metade do período e exigirá ser adorado
como Deus (Dn 9.27; 11.36-37; 2Ts 2.4; Ap 13.5). Destruirá o sistema
eclesiástico (Ap 17.16-17). Irá se tornar o adversário do Príncipe dos
príncipes, do Seu Plano e do Seu povo (Dn 8.25; 2Ts 2.4; Ap 17.14; Dn 7.21,25;
8.24; Ap 13.7). Temos aqui a obra-prima satânica.
O Falso
profeta será o líder religioso do anticristo (Ap 16.13; 19.20; 20.10), é o
seu braço direito e chamado de “a segunda besta” (Ap 13.11-17). Ele é um judeu,
pois surge da terra, ou terra seca que no caso aqui é a Palestina (Ap 13.11).
Será um homem influente nos negócios religiosos, sendo motivado pelo próprio
Satanás como assim o é a primeira besta (Ap 13.11). Recebe uma autoridade do
próprio anticristo (Ap 13.12). Seu objetivo é promover adoração a primeira
besta, convencendo o povo de que ele é Deus (Ap 13.12). Realizará sinais e
milagres que o identificam como o Elias que estava por vir, o que faz com que
obtenha sucesso em enganar um mundo incrédulo (Ap 13.13-14). Promove adoração
idólatra (Ap 13.14-15). Usa do poder da morte para convencer os homens a adorar
a besta (Ap 13.15). Na economia tem o poder e autoridade para controlar todo o
comércio (Ap 13.16-17). Estabelecerá uma marca que obrigará que todos a usem
(Ap 13.18). Ele, portanto, será o profeta ou o porta-voz do anticristo. Com
isso, forma-se a trindade satânica e demoníaca: o dragão (Satanás), a besta
(anticristo) e o falso profeta (segunda besta). Compare o intento de satanás
aqui nesta trindade: o lugar que é ocupado por Deus é então assumido pelo
próprio Satanás, o lugar do Senhor Jesus Cristo, é assumido pelo anticristo e o
ministério do Espírito Santo é então desempenhado pelo falso profeta. Nada mais
diabólico e abominável!
O fim de ambos
será manifestado por meio de um juízo direto de Deus (Ez 28.6; Dn 7.22,26;
8.25; 9.27; 11.45; Ap 191.19-20).
Quando isso
acontecerá? Irá ocorrer quando ambos estiverem com todas as suas forças
colocadas em uma campanha militar na Palestina, a Campanha de Armagedom (Ez
28.8-9; Ap 16.16; 19.19).
Localização:
será no Monte Megido, situado à oeste do rio Jordão no centro-norte da
Palestina, em torno de 15km de Nazaré 25km da costa do Mar Mediterrâneo,
localizado nas planícies de Esdrelom. No entanto, este local será apenas o
lugar de reunião de todas as tropas vindas dos quatro cantos da terra, sendo
que de lá, a batalha se espalhará por toda a Palestina. O profeta Joel (3.2,13)
identifica o local como sendo o “vale de Josafá”, uma extensa área a leste de
Jerusalém. O profeta Ezequiel (39.11) chama esse lugar de “vale dos viajantes”.
O profeta Isaías (34 e 63) mostra que Cristo virá com Suas vestimentas
manchadas de sangue de “Edom” ou Iduméia, sul da Palestina. Reunindo todas
essas informações concluímos que a Batalha de Armagedom se estenderá desde o
vale do Megido no norte da Palestina, através do vale de Josafá, perto de
Jerusalém, até Edom no extremo sul da Palestina. Assim as palavras do profeta
Ezequiel de que os exércitos dessa grande batalha virão “para cobrir a terra”
ficam confirmadas. Em Apocalipse somos informados que o sangue correrá dos
freios dos cavalos por 1600 estádios e já disseram que 1600 estádios cobrem
justamente toda a extensão da Palestina. Sendo que Jerusalém será o centro de
interesse dessa batalha.
Participantes
da Campanha: os exércitos da besta se ajuntarão para capturar a Jerusalém e
os judeus na Palestina (Zc 12.1-9; 13.8-14.2). Quais os participantes destes
exércitos? 1) a federação de dez reinos sob a liderança da besta, que constitui
a forma final do quarto grande império mundial; 2) a federação do norte, a
Rússia e seus aliados; 3) os reis do Leste, povos asiáticos de além do
Eufrates; e 4) o rei do Sul, poder ou coligação de poderes do norte da África.
5) Um outro Grande poder que participará nesta campanha será o próprio Senhor
Jesus Cristo e Seus exércitos celestiais.
Devemos notar
algo de importante nesse momento. As quatro primeiras coligações tratadas
anteriormente demonstrarão uma hostilidade entre si mesmas e principalmente
contra a nação de Israel (Zc 12.2,3; 14.2). No entanto, o verdadeiro intento da
luta dessas nações não é uma contra a outra ou contra Israel, é necessariamente
contra o Deus de Israel que elas lutam (Sl 2.2; Is 34.2; Zc 14.3; Zc 16.14;
17.14; 19.11,14,15,19,21).
Como será a
destruição ou o fim do anticristo? O fim do anticristo está claramente
profetizado em várias passagens bíblicas, sendo as principais: Ez 21.25-27;
28.7-10; Dn 7.11,27; 8.25; 9.27; 2Ts 2.8; Ap 17.11; 19.20; 20.10.
O Evento
Final: Vamos notar uma coisa antes. Os exércitos do anticristo destroem o
rei do Sul. A federação do norte será destruída pelo Senhor Jesus Cristo nas
montanhas de Israel. Portanto, restam apenas duas forças neste momento, sendo
elas: os próprios exércitos do anticristo e os exércitos do rei do leste.
Aparentemente, a batalha entre ambos irá ser travada, mas eis que no início
deste desenrolar surge nos céus o sinal do Senhor Jesus Cristo (Mt 24.30), o
qual faz com que este confronto seja interrompido. Com isso, os dois exércitos
desistem de competir forças e unem-se contra o Senhor Jesus Cristo (Ap 19.19;
compare com Zc 14.3; Ap 16.14; 17.14; 19.11-21). Este será um conflito de forma
breve e decisivo. O resultado natural desse confronto é que os exércitos do
anticristo e os exércitos do rei do leste serão completamente destruídos pelo
Senhor Jesus Cristo (Ap 19.21).
Resumindo
os acontecimentos da Campanha de Armagedom:
o Os
exércitos do Sul serão destruídos nessa campanha.
o Os
exércitos da confederação do Norte serão destruídos por Jesus Cristo.
o Os
exércitos do anticristo e do rei do Leste serão destruídos com a espada que
procede da boca Cristo em Sua Segunda Vinda (2Ts 1.7-10; Ap 19.21).
o O
anticristo e o falso profeta serão lançados vivos no lago de fogo (Ap 19.20).
o Todos
os incrédulos serão eliminados de Israel (Zc 13.8).
o Ocorrerá
a purificação dos crentes devido a essas invasões (Zc 13.9).
o Satanás
será preso por mil anos (Ap 20.2).
Portanto, a
oposição política fica quebrada e todas as forças que impediriam que o Reino
Milenar de Jesus Cristo fosse estabelecido são destruídas. Note algo de
importante aqui: este é um julgamento que ocorre quando o Senhor Jesus Cristo
voltar a esta terra e abrangerá apenas os exércitos com os seus devidos
líderes, pois saíram em oposição clara e obstinada contra o senhorio de Jesus
Cristo. O desfecho deles será então o lago de fogo e a conseqüente condenação
eterna.
O maior
inimigo do povo de Deus e do próprio Deus é Satanás. Um ser criado por Deus que
se rebelou contra Ele e hoje quer ocupar o lugar que pertence exclusivamente a
Deus. No entanto, ele já é um inimigo derrotado. Não há esperanças para ele.
Desde Gênesis somos informados sobre o “caminho da serpente” e desde o primeiro
Livro da Bíblia conhecemos o destino final de Satanás. Lá encontramos a
primeira profecia da destruição de Satanás (Gn 3.15) e em Apocalipse somos
informados do seu destino final.
Nos dias de
hoje, Satanás, o deus deste século, procura “cegar o entendimento dos
incrédulos para que a luz do Evangelho não resplandeça sobre eles” (2Co 4.4).
Portanto, ele trabalha ardentemente contra o Plano de Deus e através de seus
anjos, os demônios, fazem oposição maligna contra o reino de Deus.
No tempo da
tribulação Satanás será lançado a terra (Ap 12.7-9,13-17). Hoje, ele rodeia e
passeia por ela (Jó 1.7), mas, não é onipresente e nem onisciente, pois apenas
Deus tem esses poderes. Contudo, Satanás conta com a ajuda de seus anjos, os
demônios para estabelecer e executar o seu plano sobre o governo mundial.
Na tribulação,
todo o seu desejo será realizado por meio do seu agente, a sua obra-prima, o
anticristo e seu ajudante, o falso profeta.
Na Segunda
Vinda de Jesus Cristo a esta terra, Satanás será aprisionado no abismo por 1000
anos (Ap 20.1-3). Durante este tempo, Jesus Cristo estará nesta terra como Rei.
No fim desse
período Satanás será liberto (Ap 20.7). Será solto para um fim específico.
Sairá para seduzir as nações, especificamente para liderar a última e final
rebelião contra o reino teocrático de Jesus Cristo. Com a libertação de
Satanás, no final dos mil anos do reino de Cristo sobre a terra, as Escrituras
deixam claro como o coração do homem é pecaminoso e mesmo durante um tempo onde
as melhores condições possíveis foram estabelecidas para gozar de harmonia e
completa paz, o homem se corrompe, porque o pecado ainda habita em seu coração.
O que é demonstrado com isso? É demonstrado o fracasso do homem em seguir a
Deus. Sabemos que os homens que entrarem no milênio com seus corpos mortais
serão todos salvos, no entanto, seus descendentes não serão salvos e precisarão
decidir pessoalmente aceitar a salvação em Jesus Cristo. Estes mesmo sob as
melhores condições possíveis, irão rejeitar ao Rei e estes serão aqueles que
irão aceitar a rebelião proposta por Satanás para acabar com o reino do Rei.
Qual o
objetivo disso? Ora, pense bem, durante o tempo dos mil anos, o Rei estará
regendo e governando com “cetro de ferro” e todos deverão se conformar com Sua
lei. Mesmo que exteriormente. Note que mesmo eliminando todos os meios de
tentação por parte de Satanás no tempo que ficou aprisionado, mesmo oferecendo
um conhecimento abundante nunca antes alcançado ao homem, mesmo o Rei
oferecendo a maior provisão já vista, não será suficiente para regenerar o
coração dos filhos dos homens que viverem no tempo do milênio. Estes, se
submeterão ao Rei apenas em forma exterior. E para isso, Satanás é liberto para
que o teste seja manifesta a verdadeira situação do coração humano que ainda
não foi regenerado. Aprendemos com isso que mil anos presos não mudaram o caráter
de Satanás, não ocorreu nenhuma mudança moral em sua natureza, bem como na
natureza do homem não regenerado que mesmo sob um governo justo; muitas
bênçãos; gozo completo de um mundo redimido da maldição; o seu coração ainda é
propenso a rebelião.
Quando Satanás
for solto, a Bíblia diz que será por “pouco tempo”, então reunirá uma grande
multidão para guerrear contra o acampamento dos santos e contra a cidade
querida (Ap 20.7-9). Todavia este esforço final de Satanás para derrubar o Rei
resultará na sua última ação. Fogo dos céus descerá sobre eles e os devorará. É
claro que isto está se referindo apenas a seus corpos, pois ainda terão que
comparecer no julgamento do Grande Trono Branco, o julgamento dos incrédulos de
todos os tempos, sendo após isso lançados no lago de fogo. O Senhor Jesus
Cristo lançará a Satanás no lago de fogo e enxofre, onde será atormentado pelos
séculos dos séculos (Ap 20.10). Vale lembrar aqui, que nesta ocasião quando o
diabo será lançado no lago de fogo e enxofre, o anticristo e o falso profeta
ainda se encontram lá, demonstrando assim que não foram aniquilados e mesmo
depois de mil anos ainda estão vivos e em sofrimento.
O lago de
fogo, o “fogo eterno” é um lugar literal que foi preparado para “o diabo e seus
anjos” (Mt 25.41).
E quanto aos anjos
caídos, os demônios? A Bíblia nos ensina que eles também serão
julgados. Eles estão devidamente associados ao julgamento de seu líder, o
diabo, julgamento este que precederá o
julgamento do Grande trono Branco (Ap 20.10), sendo portanto, julgados após o
fim do milênio, mas antes do julgamento do Grande Trono Branco (Jd 6).
Não sabemos o
lugar que se dará este julgamento, pois as Escrituram não revelam isto para
nós. Muito embora, acredita-se que o local seja mesmo as esferas celestiais,
pois era o lugar onde se localizavam suas atividades. Sendo que o Rei, o
Senhor Jesus Cristo será o Juiz desse julgamento, juntamente com
a Igreja (1Co 6.3), e o Senhor Jesus Cristo é o Rei da esfera celestial,
nada mais justo de que acontecer ali tal julgamento.
Todos os anjos
caídos serão incluídos nesse julgamento (2Pe 2.4). A base para tal julgamento é
a associação deles na rebelião de Satanás, por seguirem a ele nessa mesma
ocasião e decidirem abandonar o seu estado angelical (Is 14.12-17; Ez 28.12-19).
O grande dia desse julgamento será o chamado “dia do Senhor” (Is 2.9-22).
Alguns estão acorrentados a espera desse dia do julgamento (Jd 6; 2Pe 2.4).
Após este
julgamento todos os anjos caídos serão lançados no lago de fogo e enxofre para
todo o sempre (Ap 20.10).

Chegamos ao
ponto final dos julgamentos. O julgamento do Grande Trono Branco será o último
a ser realizado (Ap 20.11-15). Branco aqui representa e simboliza pureza de
julgamento.
Quem está
assentado nesse trono? O Senhor Jesus Cristo será o Juiz (Ap 3.21; 20.12; Jo
5.22), tanto como Deus Pai simultaneamente.
Quando
acontecerá? Será realizado após o término do reino milenar de Jesus Cristo (Ap
20.5,12-13).
Onde
acontecerá? Será em algum lugar, não definido, entre as esferas terrestre e
celestial (Ap 20.11).
Quem
comparecerá neste julgamento? A Bíblia claramente define-os como “os mortos”.
Mas quem são esses mortos? São os mortos espirituais. São aqueles que não
passaram pela primeira ressurreição. São os incrédulos. Portanto, aqueles que
comparecerão perante esse trono no julgamento serão os incrédulos de todos os
tempos, os grandes e os pequenos, os grandes pecadores e os pequenos pecadores,
os reis e os súditos, os nobres e os plenos, os letrados e os ignorantes, não
importa o estado social da pessoal, todos comparecerão sob igualdade, porque
nosso Deus não faz acepção de pessoas.
Qual a base
desse julgamento? Ora, este julgamento não tem por objetivo dizer quem será
salvo e quem não será salvo. Todos aqueles que comparecem a este julgamento
serão perdidos. Não há qualquer possibilidade de salvação para aqueles que aqui
comparecerem como réus.
As Escrituras
revelam que “livros” serão abertos nesse dia (Ap 20.12; Jo 12.48; Rm 2.16).
Quais são estes livros? Com certeza a Bíblia será um desses livros (Jo 12.48;
Rm 2.16). Pelo menos outros dois livros serão abertos, o que não interfere que
terem mais de dois nesse julgamento, sendo eles: 1) o “Livro da Vida”,
evidenciando que aqueles que estão ali presentes não têm o seu nome inscrito
nesse Livro, este é provavelmente o livro da graça divina, no qual os nomes dos
herdeiros, de todos aqueles que já aceitaram a Jesus Cristo como Senhor e
Salvador pessoal estão registrados (Ex 32.32; Dt 25.19; 29.20; Sl 69.28; Lc
10.20; Fp 4.3; Dn 12.1; Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27) e 2) o “Livro das
Obras” para mostrar as más obras humanas, sendo que nenhuma pessoa poderá se
justificar pelo que estiver escrito nesse livro através de suas ações. (Lc 12.47-48; Mt 11.21; Lc 10.13-15;
Mt 10.14-15; Mc 6.11). O que ocorrerá então? Ora, feita a apuração de
que as obras da pessoa não podem fazê-la merecedora de vida eterna com Deus,
uma meticulosa investigação deverá ser feita se o nome de tal pessoa se
encontra no Livro da Vida. Então devido ao testemunho escrito nos Livro das
Obras e pelo fato de o nome estar ausente do Livro da Vida, tal pessoa é
lançada no lago de fogo. Uma ênfase deve ser dada aqui: não há salvação por
meio das obras, não existe maneira para que o homem seja salvo através de sua
própria perfeição, pois segundo o padrão de Deus, ninguém é perfeito (Ef 2.8-9;
Tt 3.5).
Haverá graus
de julgamento. Aqueles que tiverem praticado mais obras indignas receberão um
julgamento e castigo maior. Essa será a retribuição de Deus para com aqueles
que não quiseram nada com Ele (Lc 12.47-48; 10.12; Mt 11.21-24; 10.14-15; Mc
6.11; Rm 2.5-6; Ap 20.12-13). É claro que aqueles que disserem ser ignorantes
da vontade de Deus não receberão desculpas, porém serão aliviados no seu castigo.
No entanto, o mais ameno que possa ser este sofrimento no inferno, ainda será
inferno e, por isso, nenhum ser humano na sua sã consciência iria escolher ir
para lá.
Qual o
resultado desse julgamento? Será a segunda morte, o lago de fogo, a todos os
incrédulos. A eterna separação de Deus (Ap 20.15).
Com segunda
morte devemos entender que é o castigo pelo qual aqueles que recusaram aceitar
tudo o que o Senhor Jesus Cristo fez pela humanidade. A primeira morte todo
homem irá passar. A única exceção será para aqueles que estiverem vivos no
tempo do arrebatamento, bem como para os personagens bíblicos que não foi dito
nada sobre suas mortes, Enoque e Elias.
Qual a duração
deste castigo? Será um tormento eterno, sem fim. Note que mesmo depois de mil
anos a besta e o falso profeta ainda estão no lago de fogo, intactos, sendo
assim, torna-se óbvio de que todos os ímpios que serão lançados ali
permanecerão para todo o sempre (Mt 13.42; 25.41,46). E tal como os justos, os
ímpios recebem um corpo indestrutível, mas ao contrário dos justos que recebem
um corpo para bênção e presença de Deus, os ímpios recebem um corpo
indestrutível adequado apenas para o castigo eterno.
Quem lançará
tais homens no lago de fogo? Isto é tarefa dada por Deus a Seus anjos (Mt
13.41-42).
Tantos
julgamentos, ou juízos, apresentados na Palavra de Deus tem por finalidade
demonstrar que Deus é realmente justo no Seu lidar com Suas criaturas. Em cada
caso Deus trata de maneira absolutamente justa, incomparavelmente singular e
infinitamente sábia.
Alguns
poderiam perguntar: “então para que tantos julgamentos sendo que o resultado de
cada um já está determinado?” Uma boa indagação. Vamos responder a isso então.
Simplesmente pelo fato de que Deus deseja que sejam manifestos a culpa de cada
um e expor diante de todos a Sua própria justiça divina. Para que ninguém, em
toda a eternidade, tenha uma dúvida sequer referente ao fato de que Deus tenha
sido justo para com todos. E é claro, para que a glória de Deus seja
manifestada.
__________________________________________________________
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Revista e Atualizada. São Paulo, SP.: Editora Mundo Cristão, 1991.
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FONTE: http://www.uniaonet.com/prclevjulgamentos.htm#_Toc72858448