Atualmente tem se tornado costumeiro nos depararmos com notícias desanimadoras relacionadas aos mais diversos temas, tais como: crise econômica mundial, guerras entre nações, conflitos étnicos e regionais, terrorismo doméstico e internacional, violência urbana, fome em vários lugares, epidemias como a aids e outras que tem surgido, catástrofes naturais como tsunamis, terremotos, furacões devastadores, a corrupção de autoridades, legalização do aborto etc. Estas e outras coisas estão diariamente sendo veiculadas pelos mais diversos meios de comunicação. Tal contexto nos faz lembrar das palavras de Jesus dada em resposta a pergunta dos discípulos sobre os sinais que caracterizariam a proximidade de sua segunda vinda e do fim do mundo, conforme encontramos em Mateus 24: 2-8. Será que os acontecimentos atuais podem ser considerados como os sinais preditos por Jesus? E se o são, qual deve ser nossa postura diante desta realidade?
Ao longo desta abordagem procuraremos responder as indagações acima, para tanto, traçaremos um paralelo entre os sinais preditos por Jesus e alguns fatos ocorridos nos últimos anos, bem como na atualidade.
A DÚVIDA DOS DISCÍPULOS
O cenário é a Jerusalém dos tempos apostólicos, mais precisamente, o grandioso templo construído por Herodes. Ali, encontramos os discípulos como que estupefatos diante da magnificência daquele templo. Em dado momento, um deles chama a atenção de Jesus para a grandiosidade da construção. Contrariando o estado de espírito dos discípulos, Jesus não apenas demonstra não estar impressionado com a arquitetura do templo, como também afirma que o tal seria de todo destruído. De súbito, a resposta de Jesus faz com que a estupefação dos discípulos ceda lugar a um misto de surpresa e curiosidade. Passado alguns instantes, já estando eles no Monte das Oliveiras, se aproximam de Jesus e formulam aquelas perguntas que iriam gerar o que ficou conhecido como o “sermão profético de Jesus”:
Mt 24:1-8 “E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.”
Jesus, ao citar os sinais que antecederiam a sua vinda e o fim do mundo, relacionou, pelo menos, 05 grandes sinais. Primeiramente, devemos atentar para o fato que, tais sinais, não significam que o fim terá chegado imediatamente, ao contrário, significam o início do processo que culminará no fim propriamente dito. A esse primeiro período, Jesus dá o nome de “… princípio das dores”, cujo sentido deriva, simbolicamente, das primeiras contrações que antecedem as dores do parto da mulher no processo da concepção. À exemplo das contrações, que a cada momento vão se intensificando até a hora do parto, os sinais preditos por Jesus se intensificarão, a medida que a história for seguindo seu curso, culminando naquele momento mais crítico onde, finalmente, o fim se dará de forma inadiável.
Naturalmente, devemos supor que Jesus espera que a geração comtemporânea a estes sinais, saiba identificá-los e, por conseguinte, saiba se posturar adequadamente, à semelhança da mulher grávida que, diante das primeiras contrações, se postura adequadamente pela iminente concepção. Assim, se pudermos encontrar nos acontecimentos atuais, os sinais profetizados por Jesus, então poderemos seguramente afirmar que estamos diante dos tempos finais e, sendo assim, deveremos nos posturar a partir de então.
ANALISANDO OS SINAIS
1º sinal – Os falsos cristos - (Mateus 24:5) – “Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos”.
O primeiro sinal dado por Jesus se refere ao surgimento de vários indivíduos reclamando para si mesmos o ofício do Cristo, do Messias aguardado. Ao longo das décadas tal profecia tem se mostrado incrivelmente verdadeira, pois, não são poucos, aqueles que têm se autoprojetado como figuras messiânicas e se apresentado como o Cristo. Vejamos alguns exemplos:
-Maitréa, o cristo do Movimento Nova Era.
- José Luís de Jesús Miranda - “Jesus Cristo” é uma das alcunhas do porto-riquenho, de 61 anos, o criador da igreja Crescendo em Graça.
- Sergei Turop, o Vissarion, se diz o novo cristo e tem arrebanhado cerca de 5.000 fiéis.
-Mokiti Okada, também conhecido como Meishu-Sama, é considerado messias da igreja messiânica.
- Sun Myung Moon – considerado pelos seguidores da “igreja da unificação” como um messias.
- Iuri Thais, mais conhecido como Inri cristo, brasileiro que alega ser Jesus Cristo.
Estes são apenas alguns exemplos, de vários indivíduos que existem por aí, afirmando serem Cristo e que servem pra confirmar o que revelara Jesus em Mt 24:5, ou seja, são uns dos ditos falsos cristos que surgiriam nos últimos tempos, sendo que, o cumprimento mais exato desta profecia se dará na pessoa do Anticristo, a besta de Apocalipse 13 o qual conseguirá enganar grande parte do mundo de então.
2º sinal – Guerras e rumores de guerras – (Mateus 24:6) – “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.”
O segundo sinal diz respeito a ocorrência de guerras e rumores de guerra ( guerra fria?) como sinal característico dos tempos finais. Os dados abaixo confirmam com exatidão tal predição:
“Não só ocorrem mais guerras, mas seu efeito destrutivo aumentou. Até o momento, as guerras do século 20 mataram 99 milhões de pessoas, 12 vezes mais do que no século 19, 22 vezes mais do que no século 18. No século passado houve duas guerras com mais de um milhão de mortos; neste século houve 13 guerras assim.” — World Military and Social Expenditures 1986 (Gastos Mundiais Militares e Sociais 1986, de Ruth Leger Sivard).
Os dados acima não nos deixam qualquer dúvida sobre serem tais guerras e, as que estão ocorrendo e ainda ocorrerá, o sinal dado por Jesus em relação as “guerras e rumores de guerras”.
3º sinal – A fome – (Mateus 24:7) “… e haverá fomes, …”
A questão da fome se coloca como o terceiro sinal apontado por Jesus. Analisemos a notícia abaixo:
“Más notícias: o problema está crescendo, revertendo a tendência que marcou a primeira metade da década de 90. De acordo com os números relativos ao período 1999/2001. Todo ano, cinco milhões de seres humanos estão se juntando ao exército de famintos, tornando mais distante a expectativa de cortar pela metade o número de pessoas que não tem o que comer até 2015. No total, 842 milhões de pessoas vão dormir com fome toda a noite.”
Este trecho de notícia revela que a fome é uns dos grandes males da atualidade e está, também, em evidência com o que antecipou Jesus.
4º sinal - Pestes (doenças, epidemias) – (Mateus 24:7) ”… e pestes( epidemias)…”
O quarto grande sinal nos mostra que nos últimos tempos a humanidade se veria diante de grandes epidemias que dizimariam muitas vidas.
“As doenças infecciosas ainda hoje são a causa principal de mortes no mundo, mais de 50 milhões apenas em 1996. O The World Health Report (Relatório da Saúde Mundial) de 1996, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta: “Boa parte do progresso feito em décadas recentes na melhora da saúde humana corre risco. Estamos no limiar de uma crise global de doenças infecciosas. Nenhum país é seguro.”
Este quadro retrata com precisão o sinal predito por Jesus sobre as pestes que assolariam o mundo nos últimos dias.
5º sinal – Terremotos em vários lugares - (Mateus 24:7)”…e, terremotos, em vários lugares.”
O quinto e último sinal característico do princípio das dores conforme coloca Jesus, seria a ocorrência de terremotos em vários lugares. A estatística abaixo confirma tal predição de forma surpreendente.
“Nos primeiros 40 anos do século 20 (de 1900 a 1939), ocorreram 974 terremotos na região. Nos 40 anos seguintes (de 1940 a 1979), ocorreram 3.572 terremotos, quase 4 vezes mais que no primeiro período. Nas décadas de 60 e 70 houve 2.758 terremotos, quase mil a mais que nos 60 anos anteriores (1.788 terremotos).”
Mais dados:
Progressão dos grandes Terremotos
Século 16 – quatro grandes terremotos.
Século 17 – dez grandes terremotos.
Século 18 – dezesseis grandes terremotos.
Século 19 – quarenta e um grandes terremotos com cerca de 350 mil mortos.
Século 20 – até 1997, foram 96 grandes terremotos com cerca de 2.150 milhões de mortos.
“Steve Mattox, da Universidade de Dakota do Norte disse que seria melhor fazer uma análise da incidência apenas dos maiores terremotos já ocorridos, a fim de reduzir a dependência de observadores e do instrumental de medição. Segundo ele, na primeira metade do século 20 houve 15 terremotos desse tipo (de intensidade extrema), e na segunda metade haviam ocorrido até então 20 desses terremotos. Já em todo o século 19 registraram-se apenas 7 terremotos extremos . O Dr. Steve conclui: “Baseando-se nessa rápida análise de uma única fonte de informação, parece que a freqüência de terremotos está aumentando.”
Os dados acima são suficientes para nos convencer que os terremotos de que falou Jesus tem se cumprido ao longo deste último século e podemos esperar que se acentuarão ainda mais como comprova as estatísticas.
A QUESTÃO DA INCREDULIDADE
“(II Pedro 3:3-4) “Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.”
A esta altura já não deveria restar qualquer dúvida de que os sinais preditos por Jesus estão acontecendo de forma incrivelmente exata, o que nos levaria a conclusão lógica, de que estamos vivenciando o chamado “… princípio das dores”. Contudo, haverá sempre aqueles que resistirão a verdade, conforme nos diz Pedro, ao questionarem a volta de Jesus atentando eles para a aparente demora. Entretanto, a aparente demora, segundo Pedro, é um problema do homem, uma vez que, para Deus, um dia é como mil anos e vice-versa e, ainda, a longanimidade de Deus aguarda o arrependimento do pecador. Alguém também poderia objetar que, tais acontecimentos identificados como os sinais preditos, não poderiam sê-los, haja vista, que sempre houve ocorrências destes ao longo dos séculos. Quanto a isto, argumentamos que, de fato, sempre houve guerras, fomes, doenças, porém, o que torna tais acontecimentos em sinais para o fim não é simplesmente a ocorrência deles considerada em si mesmos, mas sim, em relação a três variantes: intensidade, simultaneidade e perceptibilidade.
Intensidade no sentido de ocorrerem numa proporção cada vez maior, como evidenciou os dados acima citados.
Simultaneidade por ocorrerem, ao contrário do passado, quase que simultaneamente num curto período de tempo como temos visto em nossa geração.
Perceptibilidade porque, nas palavras de Jesus, “E ouvireis…”, depreende-se que os sinais, quando ocorressem, seriam percebidos por todos os discípulos em todo o mundo, haja vista que, os sinais, são para o tempo do fim, quando então, a comunidade dos discípulos de Jesus – a Igreja hodierna- estaria estabelecida em todo o mundo. Tal capacidade de percepção dos sinais a nível mundial só poderia se tornar possível, nos tempos modernos, com o advento da chamada “era da informação” onde distância e tempo não são mais obstáculos a informação como era no passado. O que significa um sinal pra um cristão no Brasil hoje, também o significa para um cristão no Japão, enfim, os acontecimentos atuais só poderiam ser considerados “os sinais”, se puderem sê-los para todos os discípulos em todo o mundo e, de fato, o são.
O QUE FAZER ENTÃO?
Diante da constatação de que vivemos aquilo que é chamado por Jesus de “o princípio das dores”, nossa postura como Igreja deve ser conforme nos recomenda a Palavra de Deus:
“(I Pedro 4:7) – E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração.”
1º - Despertamento: “… sede sóbrio…” significa que a primeira atitude que se espera do crente nos tempos finais é o despertamento, ou seja, a forma como você crê determinará a forma como você se comportará, assim o despertamento nos levará a uma tomada de atitude que esteja de acordo com a vontade do Senhor.
2º - Vigilância: “...vigiai em oração...” significa que devemos estar vigilantes em relação aos acontecimentos a nossa volta mas, também, vigilantes em relação a nossa vida espiritual, nossa santidade pessoal. Contudo, a vigilância de nada servirá se não tivermos nos fortalecendo em Cristo através de uma vida de oração e consagração diárias. Jesus disse a Pedro, Tiago e João: “Orai e vigiai, pra que não entreis em tentação, na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26:41)
“[I Pedro 4:8] – Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.
(I Pedro 4:9) – Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações,”
3º - Comunhão recíproca entre irmãos: O fato de que temos que viver em comunhão é condição essencial e inegociável pelo Espírito de Deus que opera no meio do Corpo de Cristo. A comunhão que só é possível pela prática do amor sincero, cria o ambiente propício para a manifestação do Espírito Santo na Igreja e em nós individualmente, e nos permitirá vivermos o tipo de vida comunitária que se espera que a Igreja viva, onde não haverá ocasião para as desavenças, as contendas, as raízes de amargura, o ódio entre irmãos etc. os quais podem nos fazer ficar de fora das promessas do Pai e, consequentemente, nos fazer participantes das tribulações vindouras.
“(I Pedro 4:10) – Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
(I Pedro 4:11) – Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. “Amém.”
4º - Fidelidade a obra confiada: Em suas parábolas Jesus sempre chamou a atenção de seus discípulos sobre a necessidade da fidelidade do servo no cumprimento da obra a ele confiada pelo seu Senhor.( Mt 25:14) Assim , nós como servos de Cristo, devemos primar por sermos achados fiéis nestes tempos finais no estrito cumprimento de nossos dons e talentos confiados pelo Senhor para a edificação de sua Igreja. O não cumprimento desta obrigação poderá significar a nossa reprovação e nos desqualificar para o arrebatamento da Igreja fiel e, assim, nos tornar, como dissemos acima, participantes das tribulações futuras. Devemos sempre ter em mente que, a salvação é pela fé, mas o galardão é pela fidelidade a obra confiada.
Por tudo que foi até aqui apresentado, fica a nossa esperança de que pessoas venham a ser despertadas de seu sono espiritual e acordem para a realidade de que estamos diante da consumação de todas as coisas. Isto não significa que devemos deixar de lado nossos projetos pessoais e desistirmos da vida, afinal, nós trabalhamos, estudamos, temos sonhos, aspirações em várias áreas de nossas vidas etc. O chamado, é no sentido de que nós não nos deixemos ser entorpecidos pelos cuidados da vida e nos tornemos, por isto, alheios ao “escaton”- a consumação da história – conforme adiantou Jesus. Sendo assim, nossa postura nos tempos atuais deverá estar pautada em conformidade com as palavras do Mestre:
“Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez, e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo,orando, para que possais escapar de todas estas coisas que tem de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem.” Lucas 21 34-36
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