3º Selo (6.5-6): Cavalo Preto
“Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho”.
Este terceiro selo traz juízo sobre a terra. O segundo selo trouxe infortúnios à política das nações e às relações sociais dos homens. Neste, o castigo recai sobre a terra e os víveres. Devemos considerar este sofrimento como conseqüência do selo anterior, pois a guerra traz conseqüentemente a fome e a morte.
Este terceiro selo traz juízo sobre a terra. O segundo selo trouxe infortúnios à política das nações e às relações sociais dos homens. Neste, o castigo recai sobre a terra e os víveres. Devemos considerar este sofrimento como conseqüência do selo anterior, pois a guerra traz conseqüentemente a fome e a morte.
O cavalo negro é símbolo da morte e a balança de dois pratos subentende o racionamento de alimentos. Este tipo de balança era usado para pesar trigo. Segundo Ryrie “em circunstâncias normais com um denário (o salário de um dia na Palestina nos tempos de Jesus, Mt 20.2), se podia comprar oitomedidas de trigo e vinte e quatro de cevada. Nestas condições de fome, com o mesmo salário só se poderá comprar uma medida de trigo ou três de cevada. Em outras palavras haverá 1/8 da subsistência de comida”. [1]
G.R. Beasley-Murray (um erudito conservador que combina as escolas preterista e futurista) afirma que “pouco antes de João escrever o livro de Apocalipse, uma falta aguda de cereais, junto com uma abundância de vinho no Império, levouDomiciano a decretar a restrição da vinicultura e o incremento da produção de cereais; o decreto criou um tal furor, que teve que ser abandonado. O texto pode ter em mente uma igual situação”. [2]
O trigo era o alimento principal do mundo antigo e uma medida de trigo correspondia ao consumo diário necessário para uma pessoa. Já a cevada, por ser mais barata, era o principal alimento dos colonos e pobres. A escassez desse tempo fará com que o preço dos alimentos básicos suba a ponto de um pai de família gastar todo o salário com os alimentos primários. O valor dos produtos fundamentais à subsistência estará acima das condições dos trabalhadores assalariados. Em condições normais, com o mesmo denário(dinheiro), comprava-se quase dezesseis vezes a mais daquilo que será adquirido neste período. Tempos de exacerbada carestia.
Não devemos deixar de mencionar o caráter irônico deste período tribulacional, pois o trigo e a cevada – os mais básicos alimentos do período bíblico – custarão, com o aumento da inflação [conseqüência da guerra], um valor abusivo e absurdo, enquanto o vinho e o azeite, que eram artigos mais caros, não escasseariam. Isto significa que a maior parte da população pobre ficará mais pobre, enquanto alguns ricos, principalmente os que não sofreram as conseqüências das guerras, terão ainda seus artigos de luxo: o vinho e o azeite. Porém, à luz da economia atual, podemos entender que estes artigos, cereal, azeite e vinho, necessariamente sofrerão um altíssimo aumento monetário não estando disponíveis ao poder aquisitivo da maioria das pessoas já empobrecidas pela guerra.[3]
Não podemos, entretanto, deixar de considerar a posição de G. LADD. Este considera com base nos textos de Dt 7.13; 11.14; 28.51; 2 Cr 32.28; Ne 5.11; Os 2.8,22; Jl 2.19; Ag 1.11 que “o cereal, o azeite e o vinho” de Apocalipse 6.5-6, é uma frase-chave da Bíblia que representa as necessidades básicas da vida humana, o que leva-o a considerar que este período será de extrema necessidade, mas não de fome catastrófica.
É provável que a globalização da economia desencadeie esta crise por todos os países, além do próprio castigo atingindo os quatro cantos da terra.
Notas
[1] RYRIE, Charles. Apocalipsis, p.46. Apud Harold L. WILLMINGTON. Auxiliar Bíblico Portavoz. Barcelona: CLIE, 1984, p.566.
[2] O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1995, p.1461.
[3] Cf. LADD, George. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980, p.76 .
Crédito da imagem de abertura
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[1] RYRIE, Charles. Apocalipsis, p.46. Apud Harold L. WILLMINGTON. Auxiliar Bíblico Portavoz. Barcelona: CLIE, 1984, p.566.
[2] O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1995, p.1461.
[3] Cf. LADD, George. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980, p.76 .
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