30 de abr. de 2011

JESUS NO MEIO DA SUA IGREJA



(Apocalipse 2 e 3)
Rev. Hernandes Dias Lopes


INTRODUÇÃO
 
Antes de manifestar seu juízo ao mundo, Jesus manifestou-o à sua igreja (1Pe 4.17), por isso, Jesus mostrou o seu julgamento às sete igrejas (Ap 1-3) antes de mostrá-lo ao mundo (Ap 4-22).
Por que sete igrejas, se havia mais igrejas na Ásia? É porque essas sete igrejas falam da plenitude da igreja em todos os lugares e em todas as épocas, desde o seu nascimento até à sua subida. Essas sete igrejas não são sete períodos distintos da igreja como ensinam os dispensacionalistas. Em cada período da igreja a realidade das sete igrejas esteve presente e podemos ver sinais delas em cada congregação local.
Todas as cartas têm basicamente a mesma estrutura:
a) Apresentação;
b) Apreciação;
c) Reprovação
d) Promessas.

Duas igrejas só receberam elogios: Esmirna e Filadélfia.
Quatro igrejas receberam elogios e críticas: Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes.
Uma igreja só recebeu críticas: Laodicéia.

Essas igrejas ensinam-nos várias lições:

EXPOSIÇÃO


1. CRISTO É CONHECIDO NA IGREJA E ATRAVÉS DA IGREJA - Ap 1.12,13

Antes de ver Cristo, João viu os sete candeeiros, a plenitude da igreja na terra, e só depois viu o Cristo glorificado na igreja. Jesus Cristo está no meio da sua igreja. Ninguém verá o Cristo da glória fora da igreja. A salvação é por meio de Jesus, mas ninguém poderá ser salvo sem fazer parte da igreja que é a noiva do Cordeiro.
Cristo valoriza tanto a Sua igreja que Ele se dá a conhecer no meio dela e não à parte dela. Hoje, muitas pessoas querem Cristo, mas não a igreja. Isso é impossível. A atenção de Cristo está voltada para a Sua noiva. Ele ocupa o centro da sua atenção.


2. CRISTO ESTÁ NO MEIO DA SUA IGREJA, EM AÇÃO, COMO REMÉDIO, PARA OS MALES DA IGREJA - Ap 2.1,8,12,18; 3.1,7,14

Cristo não apenas está no meio da igreja (Ap 1.13), mas Ele está andando, em ação investigatória, no meio da igreja (Ap 2.1). Ele sonda a igreja, pois seus olhos são como chama de fogo (Ap 2.18). Há muitos males que atacam a igreja: esfriamento, perseguição, heresia, imoralidade, presunção e apatia. Mas Cristo se apresenta para cada igreja como o remédio para o seu mal.

2.1. Para a igreja de Éfeso

Que havia perdido o seu primeiro amor, Jesus se apresenta como aquele que anda no meio da igreja, segurando a liderança na mão, como o seu pastor superior. Ele está dizendo, “Eu vejo tudo e conheço tudo”.

2.2. Para a igreja de Esmirna

Que estava passando pelo sofrimento, perseguição e morte, enfrentando o martírio, Jesus se apresenta como aquele que esteve morto e tornou a viver. O Jesus que venceu a morte é o remédio para alguém que está enfrentando a perseguição e a morte.

2.3. Para a igreja de Pérgamo
Que estava se misturando com o mundo e perdendo o senso da verdade, Jesus se apresenta como aquele que tem a espada afiada de dois gumes que exerce juízo e separa a verdade do engano. Pérgamo estava em conflito entre a verdade e o engano (Ap 2.14).

2.4. Para a igreja de Tiatira
Que estava tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus se apresenta como aquele que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido.

2.5. Para a igreja de Sardes
Que tinha a fama de ser uma igreja viva, reputação de uma igreja cheia de testemunho e vida, mas não realidade, Jesus se revela como aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. A igreja tinha fama, mas não realidade, tinha aparência de vida, mas estava morta.

2.6. Para a igreja de Filadélfia
Uma igreja fraca, mas fiel, Jesus vê muitas oportunidades diante da igreja e diz para ela que Ele tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá.

2.7. Para a igreja de Laodicéia

Uma igreja sem fervor espiritual, morna, rica financeiramente, mas pobre espiritualmente, Jesus se apresenta como aquele que é constante e fidedigno no meio de tantas mudanças.


3. DENTRO DA MESMA IGREJA TEMOS PESSOAS FIÉIS E PESSOAS INFIÉIS

Em toda igreja local há coisas boas e coisas ruins acontecendo. Em cada igreja local há crentes fiéis e infiéis, tem o joio e o trigo.
Observe o que acontecia em cada igreja:
Em Pérgamo alguns crentes estavam seguindo a doutrina de Balaão (Ap 2.14,15). Em Tiatira havia tolerância aos ensinos e práticas de uma profetisa imoral (Ap 2.20), mas nem todos os crentes caíram nessa heresia perniciosa (Ap 2.24,25). Em Sardes, embora a igreja estava vivendo de aparência, mas havia uns poucos que não haviam contaminado suas vestiduras (Ap 3.4). Em Éfeso havia fidelidade na doutrina, falta de amor na prática do Cristianismo. Eram ortodoxos de cabeça e hereges na conduta. Em Esmirna e Filadélfia, igrejas fiéis a Cristo, havia aqueles que eram “sinagoga de Satanás” no meio deles (Ap 2.9 e 3.9).


4. A IGREJA NEM SEMPRE É AQUILO QUE APARENTA SER, QUANDO EXAMINADA POR JESUS.

Jesus conhece a igreja de forma profunda (Ap 2.2,9,13,19; 3.1,8,15) – Ele conhece as obras da igreja, onde está a igreja e o que ela está enfrentando.
A igreja de Éfeso é ortodoxa, trabalhadora, fiel nas provas, mas perdeu sua capacidade de amar a Jesus. Ela é como uma esposa que não trai o marido, mas também não lhe devota amor (Ap 2.2-4). A igreja de Esmirna é pobre aos olhos dos homens, mas rica aos olhos de Cristo (Ap 2.9). A igreja de Pérgamo tem gente tão comprometida com Deus ao ponto do martírio (Ap 2.13), mas tem também, gente que cai diante da sedução do pecado (Ap 2.14). A igreja de Tiatira está trabalhando mais do que trabalhava no início da sua carreira (Ap 2.19), mas muito trabalho sem vigilância também não agrada a Jesus. Ação sem zelo doutrinário (Tiatira) e zelo doutrinário sem ação (Éfeso) não agradam a Jesus.
A igreja de Sardes tem nome de que vive, mas está morta (Ap 3.1). Além disso, há gente no CTI espiritual (Ap 3.2). A igreja de Filadélfia é fraca diante dos olhos humanos, mas poderosa aos olhos de Cristo (Ap 3.8,9). A igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, mas aos olhos de Cristo era uma igreja pobre e miserável (Ap 3.17).


5. CRISTO ANDA NO MEIO DA SUA IGREJA PARA OFERECER-LHE OPORTUNIDADE DE ARREPENDIMENTO ANTES DE APLICAR-LHE SEU JUÍZO

A igreja de Éfeso foi chamada a lembrar-se, arrepender-se, e voltar à prática das primeiras obras. Caso esse expediente não fosse tomado, Jesus sentencia: “e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Ap 2.5,6).
A igreja de Esmirna, diante do martírio, é exortada a ser fiel até à morte (Ap 2.10).
À igreja de Pérgamo, que estava dividida entre a verdade e o engano, misturada com o mundo, Jesus adverte: “Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca” (Ap 2.16).
À igreja de Tiatira, que abria suas portas à uma desregrada profetisa, Jesus chama ao arrependimento a faltosa (Ap 2.21), mas por recusar, envia o seu juízo (Ap 2.22,23) e chama os crentes fiéis a permanecerem firmes até a segunda vinda (Ap 2.24,25).
A igreja de Sardes recebe o alerta de Cristo de que suas obras não são íntegras diante de Deus (Ap 3.2). Jesus alerta-a para o ensino que a igreja recebeu, para que ela se arrependa (Ap 3.3). Caso não se arrependa virá o juízo (Ap 3.3).
A igreja de Filadélfia é exortada a conservar o que tem, para que ninguém tome a sua coroa (Ap 3.11).
A igreja de Laodicéia é exortada a olhar para a vida na perspectiva de Cristo (Ap 3.17,18), a arrepender-se, pois a disciplina de Deus é ato de amor (Ap 3.19).


6. JESUS ANDA NO MEIO DA SUA IGREJA PARA DAR GLORIOSAS PROMESSAS AOS VENCEDORES

Isso implica que nem todos os membros da igreja visível, são membros da igreja invisível. Nem todos os membros das igrejas locais são membros do Corpo de Cristo. Nem todos os membros de igreja são vencedores, mas todos os membros do Corpo de Cristo são vencedores. As promessas aos vencedores tratam da bênção que a igreja estava buscando ou necessitando:
A igreja de Éfeso – O vencedor se alimenta da árvore da vida. Isso é ter a vida eterna (Ap 2.7). A vida eterna é comunhão com Deus e Deus é amor. Eles haviam abandonado o seu primeiro amor, mas os vencedores iriam morar no céu, onde o ambiente é amor, pois é ter comunhão eterna com o Deus que é amor.
A igreja de Esmirna – O vencedor de modo nenhum sofrerá o dano da segunda morte (Ap 2.11). Os imperadores romanos, os déspotas, o anticristo podem até matar os crentes, mas eles jamais enfrentarão a morte eterna.
A igreja de Pérgamo – O vencedor receberá o maná escondido, uma pedrinha branca com um nome novo (Ap 2.1). Para uma igreja que misturava-se com o mundo, o vencedor recebe uma promessa de absolvição no juízo e não de condenação com o mundo.
A igreja de Tiatira – Para uma igreja seduzida pelo engano de uma profetisa, o vencedor recebe a promessa de receber autoridade sobre as nações e possuir não os encantos do pecado, mas o Senhor da glória, a estrela da manhã (Ap 2.26-28).
A igreja de Sardes – Para uma igreja que só vive de aparência, mas está morta, os vencedores recebem a promessa de que seus nomes estão no Livro da Vida e seus nomes serão confessados diante do Pai no dia do juízo (Ap 3.5).
A igreja de Filadélfia – Para uma igreja fraca, mas fiel, o vencedor recebe a promessa de ser coluna do santuário de Deus (Ap 3.12). A coluna é que sustenta o santuário. Eles podem ser fracos diante dos homens, mas são poderosos e fortes diante de Deus.
A igreja de Laodicéia – Para uma igreja que se considerava rica e auto-suficiente, mas era pobre e miserável, o vencedor recebe a promessa de assentar-se com Cristo no Seu trono (Ap 3.21).

CONCLUSÃO

Para todas as igrejas há um refrão: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Não estamos estudando apenas para o nosso deleite intelectual ou curiosidade teológica. Precisamos ouvir o que Deus está falando conosco.
A bem-aventurança não é apenas ler e ouvir, mas também obedecer às profecias deste livro (Ap 1.3). Amém.

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