Pergunta: "Anexo
um artigo de jornal que trata do suposto fim do mundo. Pelo que sei da Bíblia,
ela não fala do fim do mundo, mas de um novo céu e de uma nova
terra. Onde se enquadra 2 Pedro 3.10?"
Resposta:
Realmente, de acordo com 2 Pedro 3.10, a terra ainda enfrentará coisas
terríveis, que muito bem podem ser chamadas de "fim do mundo".
Mas temos de ser cuidadosos a respeito e prestar muita atenção
ao que Pedro fala nessa passagem sobre a época desses acontecimentos:
"Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual
os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão
abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas."
É preciso
distinguir claramente entre o "Dia de Jesus Cristo" e o "Dia
do Senhor". Sempre que as Sagradas Escrituras falam do "Dia
de Jesus Cristo" ou "Dia do Senhor Jesus", elas tratam
da esperança viva dos crentes e da sua preparação para
o arrebatamento e o galardão. Lemos em 1 Coríntios 15.51-52 sobre
esse Dia de Jesus Cristo: "Eis que vos digo um mistério:
nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir
e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará,
os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados."
Também 1 Tessalonicenses 4.16 fala desse dia: "Porquanto o Senhor
mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta
de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro." Em sua carta de aconselhamento aos filipenses, Paulo conclama-nos
a uma vida em santificação para que não sejamos envergonhados
no dia de Jesus Cristo: "E também faço esta oração:
que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção,
para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis
para o Dia de Cristo" (Fp 1.9-10). Ele quer que os filipenses – e nós
também – preservemos "a palavra da vida, para que, no Dia de
Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei
inutilmente" (Fp 2.16). E ele confia no Senhor, crendo que Ele levará
os Seus ao alvo: "o qual também vos confirmará até
ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo"
(1 Co 1.8).
Por isso, o Dia de Jesus Cristo, que começará
com o arrebatamento, será um descortinar visível da maravilhosa
graça de Jesus. Nesse dia se tornará manifesto e visível
para os crentes que Jesus realmente é o Autor e Consumador da fé
dos Seus discípulos! Pois onde estaríamos, se a graça de
Jesus não fosse atuante em nós?
O Dia do
Senhor (a Bíblia também fala "daquele dia", "o
dia", "o grande dia") é, por sua vez, caracterizado pelos
grandes juízos da ira de Deus, como foram anunciados pelos profetas no
Antigo Testamento e como o apóstolo João os viu quando se encontrava
na ilha de Patmos. A respeito, leia-se os capítulos 6, 8 a 11, e 16 a
19 de Apocalipse. O Senhor Jesus diz sobre esse período de juízos
extraordinários em Marcos 13.19: "Porque aqueles dias serão
de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio
do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá."
A Grande Tribulação terá seu fim quando o Senhor Jesus
matar o anticristo com o sopro de Sua boca (2 Ts 2.8). Apocalipse 19.20 diz
a respeito: "Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta
que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca
da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos
dentro do lago de fogo que arde com enxofre." Após o Milênio,
o tempo adentra a eternidade (por favor, leia o último capítulo
de Apocalipse a respeito!), e nesse período se cumprirá a palavra
de 2 Pedro 3.10: "Virá, entretanto, como ladrão, o Dia
do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo,
e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras
que nela existem serão atingidas." Assim percebemos que o "Dia
do Senhor" só acontecerá após um período muito
longo. Pois desde o arrebatamento e a volta do Senhor em grande poder e glória
para estabelecer Seu reino, o Milênio de paz, passam mais de mil anos
até o "fim do mundo" com a subseqüente criação
de novos céus e nova terra (compare 2 Pe 3.8).
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, outubro de 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário