Baseado em 1 Tessalonicenses 4:13-18; 5:1-11
Sabemos pela carta do apóstolo Paulo que a igreja de Tessalônica era composta de crentes em Jesus Cristo, convertidos através da pregação de um evangelho autêntico e que eles levaram este evangelho a muitas outras pessoas. Que era uma igreja que havia guardado a fé verdadeira, dando provas disso e fazendo com que o apóstolo Paulo ficasse tranquilo e feliz por constatar que o seu trabalho não foi em vão (3:5-7).
Mas sabemos, também pelo contexto da carta, que os crentes de Tessalônica tinham dúvidas a respeito da vinda do Senhor Jesus e da ressurreição dos mortos, o que certamente chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo através de informações do pastor Timóteo que fora enviado por Paulo àquela igreja com a finalidade de confortá-los e exortá-los a respeito da fé (3:1,2).
Demonstrando ser importante para o crente em Cristo o conhecimento a este respeito para a vida cristã, apesar de a falta de conhecimento não fazer do crente uma pessoa perdida, o apóstolo Paulo incluiu em sua carta importantes informações para a nossa firmeza e estabilidade espiritual.
A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS SALVOS– 4:13,14
Os crentes de Tessalônica eram ignorantes a respeito do que acontece aos crentes que morrem antes da vinda do Senhor Jesus e, por isso, ficavam tristes sem motivos. Por ignorância não sabiam o que acontecia e onde estariam os crentes que morrem.
Ignorância é falta de conhecimento e a falta de conhecimento pode acontecer por falta de informação, por desprezo à informação, ou por recebimento de informação deturpada. Certamente os de Tessalônica tiveram informação a respeito do que chamamos teologicamente de “escatologia”, ou seja, da ressurreição dos mortos e da volta do Senhor Jesus. Não era característica do apóstolo Paulo deixar de ensinar a respeito de algo. Desprezo à informação também não seria provável, porque eram crentes atentos à pregação do evangelho e dedicados ao próprio evangelho. Resta, então, informação deturpada, o que era muito provável, considerando que os judeus eram muito ativos em destruir a fé daqueles que criam em Jesus e, com muita probabilidade, trabalhavam entre os crentes para enfraquecer-lhes a fé. Continuavam salvos, não perderiam a salvação por falta de conhecimento do assunto, mas perdiam a alegria e se entristeciam em demasia, sem motivos, igualando-se em tristeza àqueles que não criam na ressurreição dos mortos.
O apóstolo Paulo lembra, então, um elemento essencial da fé cristã: Cristo ressuscitou dos mortos. Estabeleceu nesta verdade a base para o desenvolvimento de um raciocínio bastante lógico, o de que se Cristo morreu e ressuscitou, logo os que morreram em Cristo (Paulo utilizou o verbo dormir ao invés de morrer) serão, também, trazidos com Ele quando voltar. Se não crermos que os crentes em Cristo ressuscitarão, estaremos, também, deixando de crer que Jesus ressuscitou e voltará.
CRISTO VOLTARÁ E REUNIRÁ TODOS OS SALVOS – 4:14-18
A igreja universal de Cristo existe somente no sentido espiritual. A existência literal, como a congregação de todos os salvos por Jesus Cristo, é impossível enquanto ele não voltar, pois teria que congregar todos os crentes de todos os tempos e lugares. De todos os lugares até poderia ser, mas de todos os tempos seria impossível por causa exatamente dos que já dormiram no Senhor, que já partiram para a presença de Deus, para o reino celestial.
Como isto acontecerá? O apóstolo Paulo ensina o que é pela palavra do próprio Senhor Jesus (v. 15).
1. Deus tornará a trazer com Cristo os que já dormiram nele (v.14) quando ele voltar descendo do céu com grande grito de ordem, com a voz de comando do arcanjo e com o som da trombeta anunciando que está chegando (v. 14,16). Com ele ressurgirão (anistemi no grego), retornarão à realidade da vida aqueles que partiram salvos por Jesus Cristo. Neste texto o verbo “ressuscitar” tem o sentido de “alguém que já partiu, que já morreu, reaparecer, ressurgir.” Cristo voltará acompanhado de todos os seus seguidores que já terão partido.
2. Os salvos que estiverem vivos serão arrebatados para estarem juntos com os salvos (v. 17). Haverá um encontro de todos os salvos com o Senhor nos ares, e todos estarão para sempre com o Salvador. Este texto é muito utilizado pelos que gostam de falar ou pensar a respeito do que chamam de “arrebatamento da igreja”. Realmente há referência ao arrebatamento, mas é bom lembrarmos que: a) A figura da igreja está implícita no texto e não explícita. O apóstolo Paulo faz referência aos que “morreram em Cristo”; ou seja, os que morreram salvos por Jesus Cristo. E se refere, também, a Jesus como Senhor. Isto significa que serão arrebatados os que foram salvos por Jesus Cristo, que o têm como Senhor de suas vidas e que, a igreja verdadeira é composta somente por estes. Se alguém estiver na igreja somente por tradição, como quem faz parte de um grupamento religioso, sem ter experiência de conversão, sem entrega de vida a Jesus Cristo, certamente não virá com Cristo dos céus nem será arrebatado com os salvos se ainda estiver vivo na sua volta. Não é no juízo final que a situação de salvação será definida, mas na morte antes da vinda de Cristo e no arrebatamento dos salvos. Quando Cristo assentar em seu trono e julgar a todos, tudo já estará definido quanto aos salvos e não salvos.
O MOMENTO DA VOLTA DE CRISTO – 5:1-11
Desejar saber quando aconteceria a volta do Senhor seria uma consequência natural daqueles que leram as explicações do apóstolo Paulo. Até hoje existem especulações sobre o tempo da volta de Jesus.
Mas o apóstolo continua ensinando, agora sobre o tempo da sua vinda.
1. A volta de Cristo será repentina – v. 2. A figura do ladrão entrando em uma casa à noite, ou assaltando uma pessoa no caminho, representa algo que acontece inesperadamente. Em Mt 24.43 encontramos Jesus ensinando a este respeito e dizendo que se o pai de família soubesse a hora em que o ladrão invadiria sua casa, vigiaria e não deixaria acontecer.
2. A volta de Cristo acontecerá quando o mundo pensar que está em paz e em segurança – v. 3. O homem busca a paz e segurança por seus próprios meios, desprezando a paz e a segurança que Cristo oferece. Humanamente falando haverá o dia em que conseguirá. Mas, descansados e sentindo-se seguros, entrarão em tormenta e condenação repentina.
3. Os filhos da luz devem estar preparados – v. 4-11. O mundo será surpreendido com a volta de Cristo, receberá a repentina destruição e sentira dores como a mulher que dá à luz um filho. Mas os crentes em Cristo não podem ser surpreendidos como os que estão em trevas pois devem estar bem preparados para a vinda do Senhor Jesus. Como filhos da luz, devemos assumir atitudes apontadas pelo apóstolo Paulo:
a) Precisamos vigiar e ser sóbrios – v. 6-8. Se somos da luz, se estamos na claridade do dia espiritual, não podemos dormir como os que estão na noite, nas trevas. O crente tem que estar com seus olhos da alma abertos todo o tempo, sem descansar, para viver preparado para a vinda do Senhor, ou para o dia em que irá encontrá-lo.
b) Precisamos vestir a armadura de Deus – v. 8. Nesta carta o apóstolo resume os elementos da armadura (à qual se refere também na carta aos Efésios) a três elementos somente: a fé, o amor e a esperança da salvação. Comparou a fé e o amor à couraça, elemento da armadura que protegia o coração das investidas do inimigo. Precisamos guardar nossos corações. É essencial que amemos a Deus de todo o nosso coração (Deuteronômio 6:5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.). Se o nosso coração se degenerar, se for seduzido pelo mal, deixaremos de amar a Deus. E como receberemos o Senhor Jesus sem amar a Deus? E como podemos guardar o nosso coração? Com a fé verdadeira, a fé em Jesus Cristo, a fé no Salvador. E, também, com o amor. Tendo inteira confiança no Senhor Jesus Cristo e mantendo acesa a chama do amor em nossos corações, não seremos alcançados em nossos corações pelo inimigo. Poderemos ficar feridos, mas nunca seremos derrotados e surpreendidos fora do caminho de Cristo. Com os corações protegidos a vida em Cristo estará preservada. Mas a cabeça, o cérebro, a mente, também é vital. Precisamos raciocinar corretamente. Precisamos analisar as investidas do inimigo, precisamos estudar a Palavra de Deus e conhecê-la cada vez mais para reconhecermos acertadamente as ações que devemos tomar diante do inimigo. Como guardaremos a nossa mente, se é através dela que o inimigo nos ataca? Guardando-a com a esperança da salvação. A salvação tem que ser uma realidade realizada em nosso ser. Convictos de que somos salvos por Jesus Cristo através do sacrifício dEle e da purificação dos nossos pecados pelo seu sangue, nossa mente fica imbatível e prosseguimos confiantes naquele que é o nosso Senhor.
c) Precisamos nos auxiliar uns aos outros – v. 11. Um dos motivos de existirem as igrejas de Cristo é o auxílio espiritual mútuo. Somos um povo que precisa estar unido na fé, no amor a Deus e ao irmão em Cristo, ao semelhante. Precisamos estar prontos a nos auxiliarmos a nos firmarmos na fé e na vida cristã. O cambaleante precisa ser amparado, soerguido e isto é tarefa de todos nós.
http://teologbiblic.blogspot.com.br/2011/05/morte-e-ressurreicao-do-crente-e-volta.html
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