Arrebatamento
a) No grego – “PARÚSIA” – estar presente. No sentido escatológico: extrair, desarraigar um povo deste mundo e elevá-lo à presença de Cristo nas alturas.b) No latim – “RAPTUS” – rapto repentino. Uma retirada surpreendente.c) No português – arrancar, tomar de surpresa.
Na
conceituação etimológica, o arrebatamento tem um sentido muito significativo. Será
o momento em que o Senhor arrancará, tomará de surpresa, extrairá da terra a
sua igreja (noiva) e a levará para se encontrar com Ele (noivo) nos ares. É uma
das considerações mais importantes da escatologia no Novo Testamento.
Será
algo surpreendente e jamais visto. Conforme a Palavra em 2 Coríntios 15:52 – “num momento, num abrir e fechar de olhos,
ao ressoar da última trombeta...” – um grande número de pessoas serão
subtraídas repentinamente da terra, causando nesta, grande alvoroço e
transtorno. Muitos ficarão confusos em saber o que aconteceu. Catástrofes,
acidentes, pânico, desespero e gritarias ocorrerão em decorrência do sumiço em
massa.
Mas
para a Igreja do Senhor será o momento mais desejável, o que tanto a igreja
verdadeira anseia, que é a volta do seu noivo para levar a sua noiva para morar
com ele eternamente nos céus.
1. VISÃO BÍBLICA DO ARREBATAMENTO
Tessalonicenses 2:1-3 – “Irmãos, no que diz respeito à vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que
não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por
espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós,
supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum modo, vos engane,
porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o
homem da iniqüidade, o filho da perdição”
1 Tessalonicenses 4:15-17 – “Ora, ainda vos declaramos, por palavra do
Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo
algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra
de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos
céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os
que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens,
para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o
Senhor”.
Em 2 Tessalonicenses 2:1 o texto começa
se dirigindo a “IRMÃOS”, ou seja, a Igreja do Senhor, não é para o mundo, mas
para aqueles que fazem parte da família da fé. O texto também trata da “REUNIÃO
COM ELE”, Jesus. Essa reunião será exclusiva para a Igreja do Senhor, o momento
em que Cristo
se reunirá “NOS ARES” (de acordo com 1 tessalonicenses 4:17) por ocasião do
arrebatamento.
1.1 SÍMBOLOS DO ARREBATAMENTO
A palavra de Deus nos mostra figuras
do arrebatamento em muitos trechos das escrituras. São símbolos para cada vez
mais ratificar esse momento glorioso para sua igreja.
· Noé foi poupado por Deus de uma
geração inteira - (Gn 7:1-5;13 / 2 Pe 2:5) Nos evangelhos Jesus mostra Noé
como exemplo (símbolo) para sua vinda gloriosa (Mt 24:36-39).
· Deus poupou Ló - (Gn
19:14-17 / 2 Pe 2:7-9) Em 2Pedro 2.6-9 Ló é chamado homem justo. Esse
comentário divino lança luz sobre Gênesis 19.22, quando o anjo buscou apressar
a partida de Ló com as palavras "Apressa-te,
refugia-te nela; pois nada posso fazer, enquanto não tiveres chegado lá".
Se a presença de um homem justo impedia o derramamento do juízo merecido sobre
a cidade de Sodoma, quanto mais a presença da igreja na terra impedirá o
derramamento da ira divina até sua retirada.
· Elias e Enoque foram tomados por Deus
por serem fiéis - (2 Reis 2:11-14 / Gêneses 5:24) Assim como Deus tomou
Elias e Enoque, assim também Deus tomará a sua igreja desta terra no
arrebatamento.
Esses
são símbolos de arrebatamento para que o seu povo possa cada vez mais estar
preparado para esse grande momento.
Lutero
escreveu: "...Não pensemos que a vinda de Cristo está longe; olhemos para
cima com nossa cabeça erguida; esperemos a vinda de nosso Redentor com mente
desejosa e alegre."
1.2 ELE VEM PRIMEIRO PARA OS SEUS (IGREJA GLORIOSA)
Em
primeiro momento o Senhor voltará exclusivamente para buscar os seus, a igreja
gloriosa, nos céus, e será invisível ao mundo. (João 14:3 / João 17:9;24 /
Mateus 22:2;11-13 / 1 Pedro 4:18 / 2 Pedro 2:5)
2 Tessalonicenses 1:10 – “quando vier para ser glorificado nos
seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi
crido entre vós o nosso testemunho)”.
Observe
que ele virá primeiro para ser glorificado “nos seus santos e ser admirado em
todos os que CRERAM”. Essa manifestação não será para aqueles que não creram e
não deram crédito a sua Palavra. Devemos também ressaltar que o arrebatamento
será apenas para os fiéis à Palavra de Deus, aqueles que verdadeiramente se
compromissaram em servir ao Senhor de todo coração.
Existe uma distinção entre a verdadeira igreja fiel e
aqueles que apenas com lábios professam o nome do Senhor, porém o coração está
longe Dele. A igreja verdadeira é composta por todos os que receberam a Cristo
como Salvador e são compromissados com Ele. Ao contrário disso, temos a igreja
infiel, composta por aqueles que fazem profissão de aceitar a Cristo sem
realmente recebê-lo.
Este último grupo entrará no período da grande tribulação,
pois Apocalipse 2.22 indica claramente que a igreja infiel não salva
experimentará a ira como castigo. Apenas a verdadeira igreja será arrebatada.
Apocalipse 2:22 – “Eis que a prostro de cama, bem como
em grande
tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das
obras que ela incita”.
O arrebatamento não retirará todos os que professam fé em
Cristo, mas apenas os que tenham nascido de novo e recebido a Sua vida. A
porção descrente da igreja visível, junto com os descrentes deste mundo,
entrará no período da grande tribulação.
Apocalipse 19:9 – “Então, me falou o anjo: Escreve:
Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E
acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus”.
* (Grande tribulação – de acordo com a bíblia será
período de sete anos que em Deus derramará sobre a terra toda sua ira)
1.3 DISTINÇÃO ENTRE O ARREBATAMENTO E A VINDA VISÍVEL.
Outro
ponto importante que devemos observar é não confundir o arrebatamento com a
vinda visível do Senhor. A vinda visível será para todo o mundo, todo o olho
verá a manifestação da sua gloriosa aparição, Ele virá com sua igreja que fora
arrebatada antes.
Existem várias contraposições entre o arrebatamento e a
segunda vinda. Elas mostrarão que os dois acontecimentos não são vistos como
sinônimos nas Escrituras.
· O
arrebatamento compreende a retirada dos crentes, enquanto o segundo advento
requer o aparecimento e a manifestação do Filho.
· No
arrebatamento os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo
volta à terra.
· No
arrebatamento Cristo vem buscar Sua noiva, enquanto na segunda vinda Ele
retorna com a noiva.
· O
arrebatamento resulta na retirada da igreja e na instauração da grande
tribulação, enquanto a segunda vinda resulta no estabelecimento do reino
milenar.
· O
arrebatamento traz uma mensagem de conforto, enquanto a segunda vinda é
acompanhada por uma mensagem de julgamento.
· O
arrebatamento deixa a criação intacta, enquanto a segunda vinda implica uma
mudança na criação.
· O
arrebatamento ocorrerá antes do dia da ira, enquanto a segunda vinda após a
tribulação daqueles dias.
· O
arrebatamento é apenas para os crentes fiéis, enquanto a segunda vinda tem
efeito sobre todos os homens.
Essas e outras contraposições apóiam a alegação de que se
trata de dois planos diferentes que não podem ser unificados num só.
1.4 A IGREJA NÃO PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO
O
arrebatamento também é tema de discordância para alguns estudiosos que levantam
questões da ocasião do arrebatamento em relação ao seu período (se o
arrebatamento será: antes, depois ou dentro da Grande tribulação). Com isso
criaram suas teorias sobre o assunto de uma forma errônea por não analisarem
profundamente as Escrituras Sagradas. Duas das principais teorias vistas nos
dias atuais são: a teoria mesotribulacionista e a pós-tribulacionista.
Lembrando que são apenas teorias sem uma fundamentação bíblica contundente.
·
A Teoria
do arrebatamento pós-tribulacionista (após a Grande Tribulação) - Diz que a igreja continuará na terra até a segunda
vinda de Cristo, após a Grande tribulação, no final desta será levada às nuvens
para encontrar o Senhor que veio pelos ares, vindo do céu no segundo advento,
para retornar imediatamente com Ele. Ou seja, a Igreja passará por todo período
da Grande tribulação. Reese
defensor dessa teoria escreve: A igreja de Cristo não será retirada da terra até o
segundo advento de Cristo, bem no final desta presente era: o arrebatamento e o
aparecimento ocorrem no mesmo momento de transição; conseqüentemente, os
cristãos desta geração serão expostos às aflições finais sob o anticristo. (Alexander REESE, The approaching advent of Christ)
·
Teoria
do arrebatamento Mesotribulacionista - De acordo com essa interpretação, a igreja será
arrebatada ao final da primeira metade (três anos e meio) da grande tribulação,
com isso, ela suportará todos os acontecimentos dessa primeira metade.
Mas de acordo com a veracidade
bíblica veremos que o arrebatamento ocorrerá antes da grande tribulação. Logo
após o arrebatamento, então, será derramado sobre a terra a ira de Deus. Deus
não permitirá que seu povo passe pela ira que se abaterá naqueles dias.
Para
entendermos alguns dos motivos pelos quais a Igreja não passará pela grande
tribulação é necessário entendermos a natureza e o caráter da Grande
Tribulação.
Existem várias palavras usadas no Antigo e no Novo
Testamento em referência ao período da Grande Tribulação, as quais, quando
examinadas em conjunto, oferecem a natureza essencial ou o caráter desse
período:
1) ira
(Ap 6.16,17; 11.18; 14.19; 15.1,7; 16.1,19; l Ts 1.9,10; 5.9; Sf 1.15,18);
2) julgamento
(Ap 14.7; 15.4; 16.5-7; 19.2);
3) indignação
(Is 26.20,21; 34.1-3);
4) castigo
(Is 24.20,21);
5) hora
do julgamento (Ap 3.10);
6) hora
de angústia (Jr 30.7);
7) destruição
(Jl 1.15);
8) trevas
(Jl 2.2; Sf 1.14-18; Am 5.18).
Então a natureza da Grande Tribulação claramente é
demonstrada como "ira" e "julgamento" divino. Sabemos que
nosso abençoado Senhor suportou a ira e o julgamento de Deus em nosso lugar;
portanto, nós, que estamos Nele, "não seremos julgados".
A antítese de 1 Tessalonicenses 5.9 é uma evidência
conclusiva: “porque Deus não nos destinou
para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo”.
Ira para outros, mas salvação para nós (Igreja) no
arrebatamento, "quer vigiemos, quer
durmamos" (v.10).
Não há dúvida de que esse período testemunhará o
derramamento da ira divina por toda a terra.
Em
Apocalipse 3.10 vemos:
"Porque guardaste a palavra da
minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir
sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra".
Vemos que esse período tem em vista "os que habitam sobre a terra", e não a igreja. A mesma
expressão ocorre em Apocalipse 6.10; 11.10; 13.8,12,14; 14.6 e 17.8.
A palavra "habitam" usada aqui (katoikeo) é forte. É usada para descrever a
totalidade do Deus que habitava em Cristo (Cl 2.9); é usada para a moradia
permanente de Cristo no coração do crente (Ef 3.17) e dos demônios retornando
para obter posse absoluta de um homem (Mt 12.45; Lc 11.26). Ela deve ser
diferenciada da palavra “oikeo”,
que é o termo geral para "habitar", e de “paroikeo”, que tem a idéia
de transitório, "visitar".
O termo “katoikeo” inclui a idéia de permanência.
Dessa maneira, o julgamento referido em Apocalipse 3.10 dirige-se aos
habitantes da terra daquele dia, aos que se estabeleceram na terra como se
fosse sua verdadeira casa, aos que se identificaram com o comércio e a religião
da terra.
Visto que esse período está relacionado com os "que
habitam a terra", os que se estabeleceram em ocupação permanente, não pode
ter nenhuma referência à igreja, que seria sujeita às mesmas experiências se
estivesse aqui.
Outra expressão em Apocalipse 3.10 é: "Eu te guardarei da hora da provação".
João usa a palavra “têreõ” (tereso) para o verbo guardar. Quando esse
verbo é usado com a preposição “de” com “em”, significa "fazer com
que alguém persevere ou se mantenha firme em algo"; quando usado com “ek”
significa "fazer com que alguém fique em segurança escapando para fora
de".
Como “ek” é usado aqui, indica que João está
prometendo à igreja o afastamento da esfera de teste, e não a preservação
durante o teste. Isso é ainda mais concretizado pelo uso das palavras "da
hora". Deus não está apenas guardando das provações, mas também da própria
hora em que essas provações chegarão aos que habitam a terra.
Desse modo gramaticalmente Apocalipse 3.10 pode significar
"perfeita imunidade contra" e não "passando ilesa pelo
mal". A gramática permite a interpretação de completa imunidade do
período. Outros estudiosos dizem a mesma coisa da preposição “ek” (fora de,
para longe de).
Similarmente lemos em 1 Tessalonicenses 1.10 que Jesus nos
livra "da (ek) ira vindoura".
Isso não pode significar proteção nela; isso deve
significar isenção dela. Parece, então, perfeitamente claro que a
preposição "de" pode significar completa isenção do que é previsto.
No que diz respeito ao contexto, observa-se que a promessa
não é meramente ser guardada da tentação, mas da hora da tentação, i.e.,
de um período como tal, não apenas das lutas durante o período. E, mais uma
vez, porque um apóstolo escreveria “ek tes horas” (da hora), como fez,
quando facilmente poderia ter escrito “en te hora” (na hora)? Certamente
o Espírito de Deus o guiou na própria linguagem que empregou.
Em 1 Tessalonicenses 5.9: "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a
salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo". O contraste nessa
passagem é entre a luz e a escuridão, entre a ira e a salvação. 1
Tessalonicenses 5.2 mostra que essa ira e escuridão estão ligadas ao dia do
Senhor.
Uma comparação dessa passagem com Joel 2.2; Sofonias
1.14-18; Amós 5.18 descreverá a escuridão mencionada aqui como a escuridão da
grande tribulação.
Uma comparação com Apocalipse 6.17; 11.18; 14.10,19;
15.1,7; 16.1,19 descreverá a ira do dia do Senhor. Paulo ensina claramente no
v. 9 que nossa expectativa e destino não são ira e escuridão, mas salvação, e o
v. 10 mostra o método dessa salvação, a saber, para que "vivamos em união
com ele".
Em 1 Tessalonicenses 1.9,10. Uma vez mais Paulo indica
claramente que nossa expectativa não é a ira, mas a revelação do "Seu
Filho dos céus". Isso não poderia acontecer, a menos que o Filho fosse
revelado antes de a ira da grande tribulação ser derramada na terra.
Tudo isso nos mostra de forma clara e absoluta que a
igreja não passara pela grande tribulação, antes, porém será arrebatada sendo
assim liberta dessa grande ira que abaterá a terra.
Todas as teorias como a pós-tribulacionista e
mesotribulacionista não tem como sustentar com base bíblica suas afirmações.
Deus não irá permitir que sua igreja seja julgada com o mundo, ela é a menina
dos seus olhos, a sua noiva amada, e o maior desejo de Deus é se encontrar com
ela e assim também esse é o maior desejo da noiva que se preze.
Já que a igreja é o corpo, do qual Cristo é o cabeça (Ef
1.22; 5.23; Cl 1.18), a noiva de Cristo (1 Co 11.2; Ef 5.23), o objeto de Seu
amor (Ef 5.25), os ramos dos quais Ele é a videira e a raiz (Jo 15.5), o
edifício do qual Ele é a base e pedra angular (1 Co 3.9; Ef 2.19-22), existe
entre o crente e o Senhor uma união e uma unidade. O crente não está mais
separado d’Ele, mas é trazido para perto d’Ele. Se a igreja estiver na grande
tribulação, estará sujeita à ira, ao julgamento e à indignação que caracterizam
o período. Visto que a igreja foi aperfeiçoada e liberta de tal julgamento (Rm
8.1; Jo 5.24; l Jo 4.17), se ela fosse novamente sujeita a julgamento, as
promessas de Deus não teriam efeito e a morte de Cristo seria ineficaz. Quem
ousaria afirmar que a morte de Cristo falhou no cumprimento de seu propósito?
FONTE:
http://maranataestudos.blogspot.com.br/2014/05/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
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