Teólogos sem entendimento
Como é possível que tantos teólogos tenham tão pouco entendimento
quando se trata da Palavra Profética de Deus? Como é possível que muitos
cristãos questionem o direito bíblico de Israel à sua terra? Como é
possível que teólogos cheguem a afirmar que "todo cristão que tenta
justificar a reivindicação de Israel à Palestina, é um descrente que
nega a Deus e a Cristo"? Esse anti-sionismo não tem suas raízes no
anti-semitismo, mas no antiquíssimo antijudaísmo.
Em seu panfleto "Contra os Judeus", St. Hipólito (falecido em 236
d.C.) escreveu que os judeus deveriam ser escravos dos povos não por 70
anos, nem por 430 anos, como no Egito, mas "para sempre"! Apesar disso,
todos os anos a Igreja Católica festeja o dia de St. Hipólito. St.
Atanásio (295-373), que goza de grande veneração como mestre da igreja e
é lembrado a cada ano, ensinava que "os judeus são piores que o diabo".
St. Efraim (306-373), cuja memória é celebrada anualmente, louvava:
"Salve, ó igreja, que estás livre do cheiro dos fedorentos judeus!"
Esses "Pais da Igreja", canonizados como santos, foram muitas vezes os
mais selvagens inimigos dos judeus.
O grande reformador Martim Lutero também se perdeu em sua inimizade
contra os judeus e escreveu no fim de sua vida: "Quero dar-lhes um
precioso conselho. Em primeiro lugar, queimem as suas sinagogas e
escolas com fogo, e o que não queimar cubram com terra para que pessoa
alguma veja delas sequer uma pedra ou ruína para sempre. Isso deve-se
fazer em honra a nosso Senhor e ao cristianismo, para que Deus veja que
somos cristãos".
No livro "Das antike Weltjudentum" ("Judaísmo Mundial Antigo") publicado em 1943 pelo Reichsinstitut für Geschichte (Instituto Histórico do Reich)
da Alemanha, os teólogos Eugen Fischer e Gerhard Kittel (conhecido pelo
seu Dicionário Teológico) perderam-se em seu antijudaísmo a ponto de
considerarem os judeus uma raça inferior por causa do formato de seu
nariz.
Quando examinamos as doutrinas desses mestres eclesiásticos,
constatamos que elas contêm muitos enganos que conduziram a cristandade
por caminhos errados. Mas, como nascem esses enganos que revelam a
cegueira espiritual?
Na minha opinião, uma das razões reside no fato de interpretar-se erradamente a passagem de Zacarias 2.8: "aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho". Muitos pensam que trata-se da menina dos olhos de Deus. Um exame etimológico dessa expressão mostra, porém, que aquele que toca Israel toca a menina de seus próprios olhos, ou seja, cega a si mesmo para a verdade.
Arnold Ehrlich, um estudioso da Bíblia, escreveu em 1914 em sua obra "Randglossen zur Hebräischen Bibel": "...o sufixo no termo eino (do seu olho) refere-se à expressão hanogea
(aquele que tocar). Sua relação com JHWH [Javé, o Senhor] seria
irreverente e não teria cabimento. O sentido é: alguém que danifica seu
próprio olho, perdendo sua visão sem poder culpar a outrem por isso".
O especialista em hebraico Dr. Mendel Hirsch escreveu a respeito de Zacarias 2.8: "Quem maltrata a Israel toca na menina de seus próprios olhos, minando a base de sua própria existência."
Isso responde à pergunta por que existem tantos teólogos que são
verdadeiros cegos guiando outros cegos. Em algum momento eles tocaram em
Israel e agora lhes falta a visão espiritual!
FONTE:
(Israel Heute - http://www.beth-shalom.com.br)
Extraído de Revista Notícias de Israel dezembro de 2001
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