"Interpretar o livro do Apocalipse é difícil. É mais fácil deixar outros pensarem por nós através das várias escolas de interpretação. Essas escolas são o Idealismo, o Preterismo, o Futurismo e o Historicismo. Contudo, com todas as melhores ferramentas, a interpretação é ainda uma questão espiritual", explica Roy Gee. Este artigo propicia algumas ferramentas úteis para a interpretação do último enigmático livro bíblico.
Todos acham o suspense difícil de suportar. O suspense geralmente está ligado a temor e energias despendidas. É por isso que a mente humana sempre busca evitar o suspense. Tentamos encontrar descanso através do processo de pormenorização.
Pormenorização é a taquigrafia mental. É um princípio de categorização. Para a maioria de nós, é mais fácil de funcionar. Podemos evitar o processo agonizante do pensamento profundo.
Não podemos garantir sempre que a "pormenorização" nos ajudará a operar eficientemente, porque há perigos inerentes à prática. Com freqüência envolve podar aquelas partes salientes que não se ajustam às nossas categorias. Classificar requer a super-simplificação.
O problema é que os simplificadores amiúde tornam-se os mistificadores-e causam grande dano.
Pormenorização é a taquigrafia mental. É um princípio de categorização. Para a maioria de nós, é mais fácil de funcionar. Podemos evitar o processo agonizante do pensamento profundo.
Não podemos garantir sempre que a "pormenorização" nos ajudará a operar eficientemente, porque há perigos inerentes à prática. Com freqüência envolve podar aquelas partes salientes que não se ajustam às nossas categorias. Classificar requer a super-simplificação.
O problema é que os simplificadores amiúde tornam-se os mistificadores-e causam grande dano.
Interpretando
Essas verdades psicológicas são relevantes quanto a como interpretamos o livro do Apocalipse. Não podemos aliviar nossa tensão mental de interpretação do Livro do Apocalipse a menos que tenhamos um esquema, ou método, de interpretação.
Em cada esquema, ou método, há perigos embutidos. E quanto mais rígido formos em nosso apego ao esquema preconcebido, maior probabilidade haverá de que nossas conclusões serão falsas.
Herder indagou: "Houve alguma chave enviada com o livro do Apocalipse, e teria sido esta perdida? Terá sido lançada no mar de Patmos . . .?"
Em vista de que uma tal chave não foi enviada, os intérpretes têm sido forçados a inventar várias. Todas funcionam com uma certa medida de êxito. Comentários de todas as escolas de persuasão estão repletos de evidência de fechaduras forçadas. Isso deixa mentes inquiridoras com aquele suspense que acompanha toda investigação honesta.
Escolas e Tempos
A maioria das diferentes escolas de interpretação pode ser entendida na forma em que seu método explica o tempo. Os preteristas afirmam que a maior parte do Apocalipse tem sua principal referência no passado. Os futuristas declaram que a maior parte do livro ainda deverá ter cumprimento futuro. Os historicistas estão seguros de que o livro foi cumprido parcialmente no passado, está ainda tendo cumprimento no presente, e somente se cumprirá plenamente no futuro.
A escola Idealista rejeita todas essas três escolas. O idealista diz que essas três escolas são por demais específicas ao interpretar os símbolos proféticos. O idealista busca um método de interpretação mais espiritual, filosófico ou poético.
Escola do Idealismo
A escola idealista de interpretação julga que o livro de Apocalipse é um desdobrar de princípios em figuras. O propósito do livro de Apocalipse não é falar de eventos específicos a virem. É somente para ensinar verdades espirituais que podem ser aplicadas a todas as situações (ou serem delas derivadas).
Contudo, é difícil ver um propósito no livro de Apocalipse se for somente um retrato detalhado de princípios encontrados noutras partes. Se tais princípios já foram ensinados claramente alhures, por que agora se apresentam em forma tão misteriosa?
Erdman indaga:
. . . os princípios não se tornam até mais impressionantes quando incorporados em eventos que o autor viu, e em eventos ainda mais momentosos que nas visões proféticas ele contemplou no horizonte de uma era mais luminosa que deveria ainda raiar? (Chrles R. Erdman, Revelation, p. 25)
Incoerências do Idealismo
Absoluta coerência é impossível para o Idealismo, tanto quanto para todas as outras escolas. O Apocalipse descreve a segunda vinda de Cristo. Se esse for um evento histórico real, por que alguns dos retratos dos eventos do Apocalipse antes disso também são históricos?
É impossível divorciar qualquer livro de sua ambientação histórica. Isso é duplamente verdadeiro com respeito ao livro do Apocalipse porque é o exemplo máximo de literatura apocalíptica. Todo esse gênero literário trata com história. Não está interessado em abstrações.
Escola Preterista
O preterismo é a metodologia mais popular para o exame do Apocalipse entre os eruditos críticos. Essa escola é também conhecida como a contemporânea-histórica. Essa escola inclui exegetas tão brilhantes quanto Beckwith, Swete, Ramsay, Simcox, Moses Stuart, e F. F. Bruce.
Esses escritores entendem que as principais profecias do livro do Apocalipse cumpriram-se na destruição de Jerusalém (em 70 AD) e na queda do Império Romano.
A força do Preterismo é que se baseia em considerável montante de verdade. O livro de Apocalipse de João deve ter feito sentido para os seus primeiros leitores, seus contemporâneos. Que pastor escreveria uma carta para o seu rebanho que não tivesse imediato significado para essas ovelhas?
Protesto Contra o Preterismo
O principal defeito do Preterismo é que parece deixar a igreja ao longo das era sem direção específica. Milligan declara:
. . . o livro [de Apocalipse] apresenta distintamente em sua aparência o fato de que não está confinado ao que o Vidente contemplou imediatamente ao seu redor. Trata de muito do que devia acontecer até o pleno cumprimento da luta da Igreja, a completa conquista de sua vitória, e o integral alcance de seu descanso. A Vinda do Senhor tão freqüentemente referida certamente não se esgotou naquela destruição da política judaica que agora sabemos que devia preceder por muitos séculos o encerramento da Dispensação presente; e os inimigos de Deus descritos continuam a sua oposição à verdade não meramente num ponto determinado e próximo, quando são contidos, mas ao final, quando são derrotados derradeiramente e para sempre. Há uma progressão no livro que é somente detida com o advento final do Juiz de toda a Terra; e nenhum sistema justo de interpretação nos permitirá considerar as diferentes pragas dos Selos, Trombetas, e Taças como simbólicos somente de guerras que o Vidente havia contemplado em seus princípios, e que sabia que terminariam com a destruição de Jerusalém e Roma. Contra a idéia de que São João estava limitado aos acontecimentos de seu próprio tempo o tom e espírito do livro são um contínuo protesto. Nem se pode alegar que ele combine isso com o que se daria por fim, deixando, por razões inexplicadas da parte dele, um longo intervalo de tempo sem notícia. Não há evidência de um intervalo. Os relâmpagos e trovões se desencadeiam em sucessão próxima desde o princípio até o fim do livro. Julgado mesmo por seu caráter geral, o Apocalipse não pode ser interpretado segundo esse sistema moderno. (W. Milligan, Lectures, págs. 141, 142).
O Preterismo Ignora o Futuro
Deixamos o Preterismo com as palavras do profeta João ecoando em nossos pensamentos: "Sobre para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas". Apocalipse 4:1. Tenney escreveu:
A fraqueza desse ponto de vista [o Preterismo] é sua limitação terminal. Obviamente os juízos preditos não se cumpriram, e conquanto figurativamente se possa interpretar a conquista do mundo por Cristo e o retrato de um juízo final, nada disso ainda apareceu. O preterista tem uma interpretação que possui um firme pedestal, mas que não dispõe de uma escultura acabada para nela ser firmada. (M. C. Tenney, Revelation, pág. 144).
A Escola do Futurismo
O futurismo situa-se no outro extremo da interpretação, com relação ao preterismo. O futurismo acredita que o livro de Apocalipse, com a possível exceção dos três primeiros capítulos, aplica-se totalmente ao futuro. O Futurismo aponta à tribulação final da igreja e é portanto especialmente dirigido aos crentes nos primeiros últimos anos da história. Digo "especialmente" porque nenhum futurista nega o valor presente das promessas e princípios achados na profecia.
Diz Todd sobre o Apocalipse:
Não devemos, destarte, procurar o cumprimento de suas predições nem nas primeiras perseguições e heresias da igreja nem na longa série de séculos desde a primeira pregação do Evangelho até agora, mas nos eventos que devem imediatamente preceder, acompanhar e seguir-se ao Segundo Advento de nosso Senhor e Salvador. (J. H. Todd, Six Discourses on the Apocalypse, quoted by W. Milligan, Lectures, p. 135).
Futurismo e Literalismo
Os futuristas tendem a ser literalistas. Seguem a regra de que "todas as declarações proféticas devem ser interpretadas literalmente a menos que evidência contextual, ou o bom senso, tornem esse procedimento impossível". A maioria dos expositores (outros que não os futuristas) dizem que essa regra devia ser revertida quando interpretando-se o Apocalipse.
As objeções ao Futurismo são semelhantes àquelas contra o Preterismo. O Futurismo torna o livro de Apocalipse de pouco valor para a maioria dos cristãos no que se refere ao desenrolar da maior parte da história. A maioria dos cristãos são ignorados ao longo da história. Dirige-se somente aos que vivem nos últimos momentos da história. O Futurismo estreita demasiadamente a perspectiva da Revelação.
A Igreja Sobre a Terra
Uma posição básica assumida por futuristas dispensacionalistas é de que após Apocalipse 4:1 a igreja nunca é vista sobre a Terra. Alegam que os capítulos 6 ao 19 somente retratam um remanescente judaico.
A resposta a isto é que o livro de Apocalipse representa a igreja no céu misticamente. Isto se dá por causa da união da igreja com o Seu assunto Senhor.
Outros versos do Novo Testamento encaram a igreja nessa forma mística (Efés. 2:6; Fil. 3:20, Col. 3:1). Os membros da igreja que originalmente leram esses versos de que a igreja estava no céu o fizeram enquanto fisicamente sobre a Terra!
Apocalipse 7, 11 e 12 retratam a igreja cristã sobre a Terra. Certamente esses capítulos o fazem sob o simbolismo do antigo povo do concerto de Deus. Contudo, qualquer método de interpretação que admite o simbolismo judaico da revelação literalmente torna o livro sem sentido. O próprio estofo da literatura apocalíptica é pictórico e emblemático, não o literal.
O livro de Apocalipse inteiro é dirigido aos servos de Cristo, ou seja, às igrejas cristãs. Aqueles que foram mortos por confessarem o evangelho de Cristo são mencionados sob o quinto selo. Apocalipse 8 fala das orações de todos os santos ("santos", no Novo Testamento significa somente cristãos ou anjos).
A Escola do Historicismo
O historicismo é o método de interpretação da profecia que declara que o livro do Apocalipse é um histórico profético da igreja e do mundo, desde o tempo de João até o segundo advento.
As predições dadas no livro do Apocalipse não são somente movimentos gerais na história, declara o Historicismo. Mesmo eventos específicos são preditos. Isso inclui a identificação de datas reais do calendário.
Historicistas destacados incluem Begel, Mede, Newton, Elliott, e Guinness. O livro Prophetic Faith of Our Fathers [A fé profética de nossos pais], de L. E. Froom, é um esplêndido compêndio do Historicismo e sua apologia. Alista os nomes e posições expositórias de centenas de intérpretes.
Hoje, somente um pequeno número de eruditos protestantes são conhecidos como historicistas. Esses eruditos se acham somente em grupos isolados. Os mais conhecidos dentre tais grupos são os membros da denominação adventista do sétimo dia.
Três Problemas do Historicismo
M.C. Tenney fez sua crítica ao historicismo:
Há várias objeções a uma interpretação do Apocalipse segundo um ponto de vista completamente historicista. Primeiramente, a exata identificação dos eventos da história com sucessivos símbolos nunca foi finalmente empreendida, mesmo após os acontecimentos terem-se dado. É razoável supor que durante o lapso de 1.900 anos pelo menos uma porção das predições teriam tido cumprimento. Se tivessem de ter algum valor para o leitor do Apocalipse como uma indicação de seu lugar dentro do processo histórico, deviam ser identificáveis com certeza. Tal, contudo, parece não ser o caso. Os pontos de interpretação sobre o qual a maioria dos intérpretes doutrinários concordam podem ser interpretados como tendências tanto quanto eventos. Uma vez que as tendências podem ser evidentes em qualquer período da história, tais profecias não apontam a nenhuma época.
Em segundo lugar, os intérpretes históricos não têm explicado satisfatoriamente porque uma profecia geral deva confinar-se às fortunas do Império Romano ocidental. A interpretação histórica destaca principalmente o desenvolvimento da igreja na Europa ocidental; pouca atenção dá ao Oriente. Contudo, nos primeiros séculos da era cristã a igreja aumentou tremendamente no Oriente, e difundiu-se até alcançar a Índia e China, embora não tenha conseguido uma base permanente em todas as regiões desses países. Se um método contínuo-histórico deva ser seguido, deve ter um escopo mais amplo.
Em terceiro lugar, se o método contínuo-histórico for válido, suas predições teriam sido suficientemente claras desde o princípio para dar ao leitor alguma pista do que significavam. Se o fogo e a saraiva da primeira trombeta (8:7) realmente se referiam às invasões dos godos, é difícil ver como qualquer cristão do primeiro século poderia ter entendido a predição de tal modo a ter qualquer valor de sua parte para sua reflexão. (M. C. Tenney, Revelation, pp. 138, 139).
O Historicismo Não Tem Aplicação aos Primitivos Cristãos
Notem também a queixa de Hendriksen contra um livro historicista de orientação de esquerda:
Sobre minha mesa jaz um comentário recentemente publicado sobre o Apocalipse. É um livro muito "interessante". Considera o Apocalipse como um tipo de história escrita em antecipação. Descobre nesse último livro da Bíblia copiosas e detalhadas referências a Napoleão, às guerras balcânicas, à grande guerra européia de 1914-1918, ao ex-imperador germânico Guilherme, Hitler, e Mussolini, N.R.A., etc.-nosso veredito? Essas explicações e coisas desse tipo devem ser descartadas imediatamente. . . . Diga-me, caro leitor, que benefício os cristãos severamente perseguidos e sofredores do tempo de João obteriam de predições específicas e detalhadas concernentes às condições européias que prevaleceriam cerca de dois mil anos depois? (W., Hendriksen, More Than Conquerors, p. 14).
Essa crítica é válida.
O Historicismo Ignora os Ciclos da História
Os filósofos da escola historicista percebem que a história é cíclica. (O cristão entende que esses ciclos têm lugar dentro da linha reta da história que se estende da Criação à Segunda Vinda).
Em todas as eras, Deus e Satanás seguem princípios apropriados ao caráter que possuem. É por tal razão que a história se "repete", conquanto em diferentes graus de desenvolvimento. A luta entre o bem e o mal produz situações semelhantes durante diferentes épocas da história. Se o historicista estrito devesse reconhecer essa natureza obviamente cíclica da história, deixaria de ser um historicista estrito.
O Historicismo é Demasiado Extra-Bíblico
Outra objeção ao historicismo é que requer muito conhecimento extrabíblico. O estudante da Bíblia deve depender de historiados, como Gibbon, D'Aubigné ou Wylie. Moisés, os profetas, os evangelhos e as epístolas não seriam suficientes?
O Historicismo Ignora a Iminência
Nossa última crítica é a mais forte. Os historicistas criam cuidadosos esquemas ou gráficos de cálculos de longo prazo. Mas esses esquemas negam a clara evidência do Novo Testamento de que nunca foi ideal de Deus que muitos séculos dividissem os dois adventos de Cristo.
De uma forma ou de outra, o pensamento de que os vários eventos preditos no livro de Apocalipse devessem ter lugar num futuro não distante é especificamente declarado sete vezes-"coisas que em breve devem acontecer" (caps. 1:1; 22:6), "o tempo está próximo" (cap. 1:3), e "Venho sem demora" (cap. 3:11; 22:7; 12, 29). Referências indiretas à mesma idéia aparecem nos caps. 6:11; 12:2; 17:10. A resposta pessoal de João a essas declarações do breve cumprimento dos propósitos divinos foi, "Vem, Senhor Jesus!" (cap. 22:20).
Em qualquer um dos vários pontos críticos da história deste mundo, a justiça divina poderia ter proclamado, "Está feito!" e Cristo poderia ter vindo para inaugurar o Seu reino de justiça. Há muito tempo atrás poderia ter posto em execução os Seus planos para a redenção deste mundo. Assim como Deus ofereceu a Israel a oportunidade de preparar o caminho para o Seu reino eterno sobre a Terra, quando se estabeleceram na Terra Prometida e novamente quando retornaram de seu cativeiro babilônico, assim Ele deu à igreja dos tempos apostólicos o privilégio de completar a comissão evangélica.
. . . embora o fato de que a segunda vinda de Cristo não se baseie em quaisquer condições, a repetida asserção das Escrituras de que a vinda está iminente era condicionada à resposta da igreja ao desafio de concluir a obra do evangelho em sua geração. A Palavra de Deus, que séculos atrás declarou que o dia de Cristo "vem chegando" (Rom. 13:12), não falhou. Jesus teria vindo muito rapidamente se a igreja tivesse realizado sua obra designada. . . .
Assim, a declaração do anjo do Apocalipse a João com respeito à iminência do retorno de Cristo para terminar o reino de pecado deve ser entendida como uma expressão da vontade e propósito divinos. Deus nunca teve o propósito de delongar a consumação do plano da salvação, mas sempre expressou Sua vontade de que o retorno de nosso Senhor não se retardasse demasiado.
Essas declarações não devem ser entendidas em termos da presciência de Deus de que ocorreria um atraso tão grande, nem mesmo à luz da perspectiva histórica do que realmente teve lugar na história do mundo desde aquele tempo (SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia], vol. IV, pp. 728-729).
Eu concordo. Não que Deus Se tenha frustrado. Não, por momento algum. Deus sempre oferece um ideal que é capaz de ser alcançado por completa dependência nEle. Lamentavelmente, isso é raramente reconhecido.
Graças a Deus Por Todas as Escolas
Que concluiremos a respeito das várias escolas de interpretação? Somos gratos a Deus por elas todas! Mas nós mesmos praticamos o ecletismo. Todas as escolas têm a verdade, bem como problemas. Obtemos a verdade de cada uma dessas escolas.
Devemos ver essas várias escolas e metodologias como reflexões fragmentadas da verdade integral. Vejamos novamente a necessidade de "afirmar o que é afirmado, mas negar as negações".
As Melhores Ferramentas de Interpretação
Devemos sempre começar nossa exegese (ou interpretação) da Escritura considerando as pessoas e tempos a que sua mensagem se dirigia. Para entender o que lhes foi escrito devemos entender o que para eles significava.
Juntamente com isso, reconheçamos a sabedoria de Deus, cujos anos não têm fim e que prometeu nunca esquecer a igreja. Este é Aquele que declarou através de Amós: "Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas". (Amós 3:7).
Certamente Este pode ser digno de confiança quanto a que manterá a sua promessa.
Em vista de que Deus nunca muda os Seus justos caminhos, Ele será o mesmo em todas as épocas. As obras de Deus sempre refletirão o mesmo selo, conquanto estejam em diferentes estágios de desenvolvimento.
O princípio apotelesmático vê sucessivos cumprimentos da profecia. Esses cumprimentos atingem o clímax nos últimos dias. É provavelmente a melhor ferramenta interpretativa de todas quando a ligamos com os princípios contextuais gramaticais, históricos e hermenêuticos.
Ferramenta Espiritual de Interpretação
Finalmente, é verdade que somente os puros de coração verão a Deus (Mat. 5:8). É verdade que os perversos prosseguirão agindo impiamente e nenhum desses perversos entenderá (Daniel 12:10).
Portanto, todo exegeta, todo estudante da Bíblia deve dizer: "Como vai a minha alma"?
Devemos perguntar: "Já compreendi o evangelho eterno que mudou nosso mundo no primeiro século? Que novamente o mudou no século dezesseis? Que é o único fator que pode transformar o nosso triste e lamentável tempo? Esse evangelho já me transformou?"
Quando está bem a minha alma, aceitarei com equanimidade seja o que os tempos (na providência divina) me reservem. Continuamente ajustarei o meu pensamento segundo a luz progressiva.
Mesmo nossas deficiências como intérpretes das profecias cooperarão para o bem! Elas nos situarão em humildade perante Deus, que somente é a Verdade. Deus somente pode fortalecer-nos a caminhar nessa verdade.
Fonte: www.profetizando.com.br
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