“Assim diz o Senhor: Estou voltando para Sião e habitarei em Jerusalém. Então Jerusalém será chamada Cidade da Verdade, e o monte do Senhor dos Exércitos será chamado monte Sagrado”. Zacarias 8.3, NVI.
Uma guerra religiosa está sendo travada
em torno de Jerusalém, com os muçulmanos reivindicando o monte do Templo
como sua propriedade exclusiva e exigindo soberania sobre a cidade.
Todavia, a base para tal reivindicação, universalmente aceita pelos
governos estrangeiros, é, de fato, inexistente. Um político israelense
adverte que essa apropriação fraudulenta da capital eterna dos judeus é
meramente um prelúdio para os planos islâmicos para a Europa e para a
América.
O ponto crucial da reivindicação de
Jerusalém é a mesquita al Aqsa no monte do Templo. Frequentemente
mencionada como o terceiro sítio mais sagrado do islamismo, ela é tida
como o local de uma jornada noturna miraculosa que Maomé fez de Meca a
Masjid al-Aqsa (“a mesquita mais distante”, em árabe), embora seja
improvável que o lugar desse [suposto] milagre seja a al Aqsa em
Jerusalém.
Isto ocorre parcialmente porque “a
mesquita mais distante” é entendida por estudiosos do Corão como uma
metáfora, significando “entre o céu e a terra”, e não como um local
específico. Mesmo como uma referência geográfica, Israel, mencionado no
Corão (30.1) como “a terra mais próxima” (adna al-ard), é um candidato improvável.
Na verdade, embora Jerusalém seja
mencionada na Bíblia 669 vezes, e a palavra Sião, que é sinônimo de
Jerusalém, seja mencionada 154 vezes, nenhuma dessas duas palavras
aparece uma única vez no Corão.
Outro defeito na teoria da correlação da
mesquita com Maomé é que, na ocasião da viagem dele, não havia
mesquitas em Israel e o início modesto da [construção da] al Aqsa não
ocorreu até várias décadas depois da morte de Maomé (632 d.C.).
Também é significativo que, a despeito
de ser coberta por mosaicos e caligrafia árabe, não há na mesquita
nenhuma referências à suposta jornada de Maomé ao sítio.
Embora Maomé inicialmente tenha usurpado
a prática judaica de orar voltado para Jerusalém — como ele fez com
muitas outras práticas, raciocinando: “Temos mais direito sobre Moisés
do que vocês” (Ibn Abbas, Número 222) –, mais tarde ele estabeleceu que a
oração deveria ser feita voltada para Mecca (qibla). Esse foi um
teste para medir o tamanho da população dos judeus de Medina, pois, por
meio da direção para a qual eles se voltassem enquanto oravam, seriam
claramente revelados os verdadeiros islamitas.
De acordo com Maomé, um verdadeiro muçulmano vira as costas para Jerusalém enquanto está orando.
Muitas vezes o Domo da Rocha é chamado,
erroneamente,[1] de al Aqsa. A ignorância sobre o monte do Templo no
islamismo é tão prevalecente que até mesmo vários sites islâmicos têm
tentado educar seu público. JustIslam[2] observou que “muitas pessoas
têm quadros em suas casas mostrando a mesquita errada! Ela é um dos três
lugares mais sagrados”.
Na verdade, o Domo da Rocha, construído
pelo califa Abd al’Malik [em 691 d.C], depois da morte de Maomé [em 632
d.C.], foi escolhido precisamente porque era o local dos templos
judeus, e não por causa de seu significado para o islamismo. Ele é
anterior à mesquita al Aqsa e, embora mais tarde tenha sido incorporado
ao complexo da mesquita, sua construção não teve nada a ver com a
história de Maomé.
O lugar foi escolhido com base no
conselho de um judeu, Ka’ab al-Ahbâr, um rabino do Iêmen que se
convertera ao islamismo e que levou os árabes ao local da antiga Pedra
do Fundamento*, capacitando-os a erigirem o Domo da Rocha em cima da
Pedra.
O sítio foi bastante insignificante para
os muçulmanos até que Israel conquistou o monte do Templo em 1967.
Fotografias dos anos 1950 mostram um complexo negligenciado e avariado,
com ervas daninhas crescendo entre as pedras e pouquíssimos visitantes.
Atualmente, a Autoridade Palestina[3]
exige que Jerusalém seja sua capital e, para ela, este é um ponto não
negociável no processo de paz, a despeito de não haver precedentes de
Jerusalém ser a capital de um país islâmico.
Em 2001, Daniel Pipes,[4] presidente do
Fórum do Oriente Médio, descreveu a história da ambivalência muçulmana
com respeito a Jerusalém, apontando que, durante o Mandato Britânico, “o
governo britânico reconheceu o interesse mínimo dos muçulmanos por
Jerusalém durante a Primeira Guerra Mundial”.
A Grã-Bretanha decidiu não incluir
Jerusalém nos territórios a serem designados aos árabes porque, como
disse o negociador chefe britânico, Henry McMahon: “Não havia lugar (…)
suficientemente importante (…) ao sul de Damasco, ao qual os árabes
atribuíam importância vital”.
Pipes também relatou uma parte da
história que ilustra a avaliação árabe de Jerusalém como de somenos
importância. Em 1917, “Jamal Pasha, o comandante-em-chefe otomano,
instruiu seus aliados austríacos a “explodirem e mandarem Jerusalém para
o inferno” se os britânicos entrassem na cidade”, escreveu ele.
Quando solicitamos a Pipes uma
atualização sobre como esta teoria está funcionando atualmente, sua
resposta foi amarga: “Um padrão de catorze séculos de duração sugere
que, enquanto Israel controlar Jerusalém, os muçulmanos responderão
focalizando a cidade e querendo dominá-la”. E ele teorizou: “A intifada
das facas é a tática deste momento com este objetivo; depois que ela
fracassar, deve-se esperar outra, e mais outra depois desta”.
Moshe Feiglin, presidente do partido
Zehut em Israel e vice-porta-voz anterior do Knesset, viu uma ameaça
mais universal e sinistra na tentativa árabe de dominar Jerusalém. “Isto
é parte da cultura islâmica e de seu conceito sobre uma entidade
nacional, que é diferente do conceito ocidental ou do conceito dos
judeus. Os muçulmanos creem que, se eles conquistarem Jerusalém,
cultural e depois fisicamente, a cidade pertencerá ao islamismo, mesmo
que não exista nenhuma conexão histórica ou religiosa com o islã”.
Jerusalém está na agenda deles agora,
mas em breve o islamismo irá em busca de outras cidades. Feiglin
advertiu: “Assim como eles veem uma ligação com Jerusalém, eles já estão
vendo uma ligação com Nova York e com cidades na França”.
Notas:
1. www.breakingisraelnews.com/62512/temple-mount-disappearing-before-our-eyes-jewish-world/
2. www.justislam.co.uk/product.php?products_id=115
3. www.breakingisraelnews.com/60753/how-brazil-helped-palestinians-rewrite-history-steal-temple-mount-while-nobody-noticed-jerusalem/
4. www.breakingisraelnews.com/62363/india-west-asia-relationship-can-swing-either-way-opinion/
Adam Eliyahu Berkowitz é um colunista do noticiário Breaking Israel News. Ele emigrou para Israel em 1991 e serviu nas Forças da Defesa de Israel como médico combatente.
Fonte: Mídia Sem Mascara.
Publicado na revista Notícias de Israel 5/2016 – www.beth-shalom.com.br
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