19 de mai. de 2011

Escatologia Bíblica (3) — Sinais do Arrebatamento no meio do povo de Deus


Não, não vou discorrer sobre os “senhores do mundo”, a Illuminati, os Bilderbergs, a maçonaria, os “caixões” da FEMA, o biochip Mondex, a Jabulani e outras paranoias. Toda essa enxurrada de sensacionalismo terrorista na Internet e em DVDs em série tem sido apresentada como um grande conjunto de sinais apocalípticos. Mas o que nos interessa, verdadeiramente, são os sinais indicadores do Arrebatamento da Igreja prescritos na Bíblia, a inerrante e infalível Palavra de Deus.

Iniciarei essa abordagem sobre os sinais a partir dos acontecimentos que estão ocorrendo no meio dos cristãos. Muitos, hoje, se preocupam com especulações e ficam procurando símbolos disto e daquilo, aqui e ali — numa verdadeira “caça às bruxas” —, porém ignoram o que está acontecendo “entre nós” (At 20.28-30; 2 Pe 2.1-3).

Primeiro sinal: muitos enganadores em nosso meio

Ao ser questionado pelos seus discípulos sobre o que aconteceria antes da sua vinda e do fim do mundo (Mt 24.3), Jesus respondeu: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (vv.4,5). O vocábulo “muitos” merece atenção especial, uma vez que costumamos empregá-lo genericamente, para qualquer grupo de pessoas ou coisas. Na passagem em apreço, o termo significa muitos, mesmo!

A cada dia, fica mais difícil contestar ensinamentos falsos porque uma grande parte das pessoas já os aceita como verdadeiros. Esse duplo sinal — aumento de enganadores (Mc 13.22; 2 Pe 2.1,2) e proliferação de seguidores do erro, inclusive entre os crentes (que amontoam “para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”, 2 Tm 4.3) — indica que o Senhor Jesus virá em breve buscar a sua Igreja.

Depois do Arrebatamento, entrarão em cena o Anticristo e o Falso Profeta, isto é, a Besta e a segunda Besta (Ap 13). Mas, nesses últimos dias, já há precursores desses emissários do mal (1 Jo 2.18). João falou de muitos anticristos e muitos falsos profetas (1 Jo 4.1; 2 Pe 2.2). A palavra “anticristo” pode significar “contra Cristo” ou “no lugar de Cristo” — ou uma combinação das duas definições. Como os fariseus do passado, os anticristos são inimigos figadais de Cristo e seus seguidores (Mt 12.14; Lc 15.2).

Em Mateus 24.11 está escrito: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” — “muitos e muitos”, outra vez. De fato, não serão poucos os enganadores nos dias que antecederão ao Arrebatamento. A cada dia, aumenta o número dos enganadores, telenganadores e web-enganadores, verdadeiros lobos (At 20.29), que, com a sua aparência de piedade (2 Tm 3.5; 1 Rs 13.15-18) e dizendo que estão a serviço de Deus (Ap 2.2,20), se passam por ovelhas (Mt 7.15) e enganam aos desavisados (Ef 4.14). Estejamos atentos.

Segundo sinal: falta de fé

Em Lucas 18.8 está escrito: “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” Alguém poderá concluir: “Bem, a julgar pelo grande movimento da fé de nossos dias, o Arrebatamento ainda demorará a acontecer”. Entretanto, a fé da qual falou o Senhor não é aquela usada em benefício próprio. Antes, implica confiança, fidedignidade, fidelidade e lealdade, nesses tempos que antecedem o Arrebatamento.

Nos últimos dias, haverá muitos falsos mestres (2 Tm 4.3), e inúmeras pessoas se desviarão da fé genuína, cujo objetivo não se restringe ao recebimento de bênçãos para esta vida. Ter fé implica possuir fidelidade e confiança inabaláveis em Deus, haja o que houver (Hb 11.1; Fp 4.10-13). Essa virtude faz-nos ter a certeza de que pertencemos ao Senhor, ainda que venhamos a sofrer e a morrer (Rm 8.38,39; At 14.22).

Ananias, Misael e Azarias demonstraram ter essa confiança ante a ameaça de Nabucodonosor: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Eles estavam convictos de que Deus poderia livrá-los, bem como preparados para morrer, se fosse necessário; porém jamais, em hipótese alguma, adorariam falsos deuses.

Infelizmente, no tempo do fim, proliferará a falsa fé, egocêntrica, egolátrica — a fé na fé. Muitos agirão como se Deus tivesse de responder “sim” a todos os seus pedidos. A Palavra de Deus ensina-nos a ter uma confiança inabalável (Mq 7.1-7; Jó 42.2), para que, até à nossa reunião com Ele, não nos movamos facilmente de nosso entendimento, combatendo o bom combate até ao fim (2 Ts 2.1,2; 2 Tm 4.7,8). E este tipo de fé será uma raridade quando o Senhor voltar.

Terceiro sinal: iniquidade e esfriamento do amor

Em Mateus 24.12, Jesus mencionou mais dois alarmantes sinais, um decorrente do outro: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará”. E o que assusta, neste duplo sinal, é mais uma vez a palavra “muitos”, cujo significado é “quase todos” (cf. Mt 24.12, ARA).

Não foi por acaso que Jesus ensinou: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mt 7.13). A cada dia, a aceitação da verdade da Palavra de Deus torna-se mais difícil. Doutrinas que outrora, ao serem ensinadas, geravam temor, têm levado muitos crentes a fazerem questionamentos tolos. Aumenta, a cada dia, por exemplo, o número de cristãos que, seguindo a falsos mestres, não creem mais que a Bíblia, com os seus 66 livros, é a Palavra de Deus.

Vemos que os mensageiros conservadores — do ponto de vista bíblico (2 Tm 1.13,14) — são vistos por muitos como extremistas, descontextualizados ou politicamente incorretos. Isso, com certeza, é reflexo do dúplice sinal em questão. O amor ao mundo faz-nos perder o amor a Deus (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17). E muitos líderes, à semelhança de Demas (2 Tm 4.10), perderão a visão espiritual, nesses últimos dias.

Os cultos, que deveriam ter como objetivos o louvor a Deus e a exposição da Palavra (1 Co 14.27), se transformarão, a cada dia, em programas de auditório, shows, com muito entretenimento e pouco quebrantamento. Esse sinal indica que, nos últimos dias, o mundo se tornará tão religioso, e a igreja — quer dizer, uma boa parte dela — tão mundana, que não se saberá onde começa um e termina o outro.

Como se vê, enquanto muitos teólogos (teólogos?) estão preocupados com especulações inúteis, que a nada levam, deixando o povo paranoico e amendrontado, há sinais indicadores claríssimos do Arrebatamento da Igreja em nosso meio. Esses, por algum motivo, costumam não despertar muito o intere$e dos tais teólogos...

Esta série continua. No próximo artigo apresentarei, se Deus quiser, mais sinais indicadores do Arrebatamento da Igreja. Estejamos atentos ao que assevera a Palavra de Deus.

Ciro Sanches Zibordi

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